Deus Eros

Conhecido na mitologia romana como Cupido, o deus Eros era a divindade grega relacionada ao amor e ao desejo, representado com arco e flechas que controlam emoções humanas.
Monumento na Piccadilly Circus, em Londres, do deus grego Eros (Cupido, na mitologia romana).
O deus grego Eros era conhecido na mitologia romana como Cupido.
Imprimir
Texto:
A+
A-

Eros era o deus grego do amor e do desejo. Ele é frequentemente representado com um arco e flechas, simbolizando seu controle sobre as paixões humanas. Seu mito central envolve histórias de amor e sua relação icônica com Psiquê, destacando temas de confiança e superação de desafios. Seus poderes estão ligados às flechas encantadas, sendo que as de ouro induzem o amor e as de chumbo causam repulsa.

Leia também: Quais são os principais deuses gregos?

Resumo sobre Eros

  • Eros era o deus grego do amor e do desejo. Na mitologia romana, era conhecido como Cupido.
  • Ele é frequentemente retratado nas representações artísticas como um jovem alado portando um arco e flechas, símbolos de seu poder sobre as paixões humanas.
  • O mito de Eros é uma narrativa central na mitologia grega, abordando seu papel como divindade do amor e seu envolvimento em histórias de paixão e conexão entre deuses e mortais. Uma das histórias mais conhecidas é a de Eros e Psiquê, que destaca temas de amor, confiança e superação de desafios.
  • Os poderes de Eros são intrinsecamente ligados às suas flechas encantadas, sendo que as flechas de ouro induzem o amor e as de chumbo causam repulsa, demonstrando sua influência sobre os sentimentos humanos.
  • A relação entre Eros e Psiquê é uma das mais icônicas da mitologia grega, com a história detalhando a jornada de Psiquê para provar sua devoção a Eros, apesar de desafios e provações.
  • Eros é o deus do amor e do desejo, enquanto Afrodite é a deusa da beleza e do amor, com diferenças em gênero, origens, atribuições e relacionamentos na mitologia grega.
  • Curiosidades sobre Eros incluem sua origem mitológica variada, que pode ser vista como filho de Afrodite e Ares ou como uma divindade primordial.
  • Eros também possui epítetos diversos, como “Eros Philopator” (Eros, amante do pai) e “Eros Himeros” (Eros, desejo), que ressaltam diferentes aspectos de seu poder e influência na mitologia grega.

Representação do deus Eros

Estátua evidenciando a representação grega do deus Eros, conhecido na mitologia romana como Cupido.
Representação grega do deus Eros. [1]

O deus Eros, na mitologia grega, também chamado de Cupido na mitologia romana, era uma divindade mitológica relacionada ao amor e ao desejo. Eros é comumente representado como um jovem alado, portando um arco e flechas, as quais têm o poder de incitar sentimentos nos corações dos deuses e mortais. Sua importância dentro da mitologia reside na influência que exerce sobre as relações humanas, inspirando sentimentos de amor e desejo (flechas de ouro) ou ódio e repulsa (flechas de chumbo), desempenhando um papel fundamental nas narrativas mitológicas e na compreensão da natureza humana.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Mito de Eros

Na mitologia grega, Eros é apresentado em diversas obras literárias antigas, sendo uma das mais notáveis fontes a obra Teogonia de Hesíodo, que data aproximadamente do século VIII a.C. Nessa obra, Hesíodo descreve Eros como uma das primeiras divindades primordiais a surgir, junto com Caos, Gaia (a Terra) e outros. Eros personifica o amor e o desejo que impulsionam a criação e a união entre os deuses, de modo que ele desempenha um papel fundamental na gênese do mundo mitológico grego.

Manuscrito grego da obra Teogonia, de Hesíodo, na qual está o mito do deus Eros.
Manuscrito grego da obra Teogonia, de Hesíodo, na qual está o mito de Eros.

Outra fonte relevante é o poema épico Ilíada, de Homero, escrito por volta do século VIII a.C. Nessa obra, Homero descreve Eros como um dos deuses que intervêm nas ações dos mortais, influenciando os sentimentos e desejos que moldam as relações humanas. Eros é frequentemente retratado como um deus travesso, capaz de lançar suas flechas de amor de forma imprevisível, causando paixões e conflitos entre os personagens. Essas representações mitológicas de Eros ajudam a contextualizar sua importância na mitologia grega como uma força que governa as relações humanas e a dinâmica divina.

Poderes do deus Eros

De acordo com a mitologia grega, sobretudo as obras Teogonia, de Hesíodo, e Ilíada, de Homero, Eros possuía poderes e habilidades relacionados ao amor e ao desejo. Seu principal poder era o uso de um arco e flechas que tinham a capacidade de influenciar os sentimentos das pessoas. As flechas de ouro incitavam paixões amorosas, fazendo com que os alvos se apaixonassem profundamente; a mitologia também explica que havia flechas de chumbo, que causavam ódio, repulsa e aversão.

Eros podia controlar tanto deuses quanto mortais, induzindo emoções intensas e forçando-os a agir de maneiras que refletissem seu desejo. Ele era frequentemente representado como um deus travesso e imprevisível, cujos caprichos podiam desencadear amores apaixonados ou conflitos tumultuados, demonstrando seu poder sobre as relações humanas e divinas na mitologia grega.

Eros e Psiquê

Escultura do deus Eros (Cupido) e da mortal Psiquê.
Escultura de Eros e Psiquê, um casal cuja história explora temas de amor, confiança e superação de desafios. [2]

A história de Eros e Psiquê narra o amor entre um deus e uma mortal. Psiquê, uma bela princesa, desperta a inveja de Afrodite, a deusa do amor, que ordena que seu filho Eros faça Psiquê se apaixonar por um monstro. No entanto, Eros se apaixona por Psiquê e a visita secretamente à noite. Parte do acordo para que casassem incluía uma relação de confiança na qual Psiquê não poderia conhecer Eros completamente, o que na história mitológica é simbolizado pela proibição de vê-lo durante o dia.

Um dia, Psiquê quebra a proibição de olhar para Eros à luz do dia, desencadeando uma série de desafios para reconquistar seu amor. Após superar obstáculos e desafios, Psiquê prova sua devoção, e os deuses permitem que ela e Eros se casem, simbolizando a vitória do amor sobre as dificuldades e a importância da confiança no relacionamento. A história ressalta a jornada da alma em busca do autoconhecimento e da maturidade espiritual, representando o triunfo do amor verdadeiro.

Diferenças entre Eros e Afrodite

Fotografia antiga da escultura dos deuses gregos Afrodite (para os romanos, Vênus) e Eros (para os romanos, Cupido).
Eros e Afrodite são divindades gregas que se diferem em gênero, em origem e em atribuições mitológicas.

Embora compartilhem uma conexão com o amor na mitologia grega, Eros e Afrodite são divindades distintas em termos de gênero, origens mitológicas, atribuições e relacionamentos:

  • Eros: é comumente representado como um deus masculino, muitas vezes retratado como um jovem alado, e suas origens mitológicas variam entre ser filho de Afrodite e Ares ou uma divindade primordial. Ele é o deus do amor e do desejo, conhecido por usar seu arco e flechas para incitar amor e desejo ou ódio e repulsa nos corações dos deuses e mortais, frequentemente associado a histórias de paixão, incluindo seu relacionamento com Psiquê.
  • Afrodite: é uma deusa feminina nascida da espuma do mar, após a castração de Urano por Cronos. Ela é a deusa do amor, da beleza, da sensualidade e da fertilidade, responsável por inspirar o amor e a atração entre os seres vivos, e é uma figura central em narrativas mitológicas relacionadas ao amor e ao casamento, além de ter relacionamentos mitológicos variados, incluindo seu casamento com Hefesto e casos amorosos com deuses e mortais, como Adônis.

As relações entre Eros e Afrodite na mitologia grega são complexas e variam dependendo da fonte mitológica. Em várias tradições mitológicas, Eros é retratado como o filho de Afrodite, nascido após ela surgir da espuma do mar. No entanto, em algumas versões, Eros é considerado uma divindade primordial que preexiste a Afrodite. Uma das fontes que menciona a relação entre Eros e Afrodite é a obra Teogonia, de Hesíodo, escrita por volta do século VIII a.C. Nessa obra, Hesíodo descreve a genealogia dos deuses, incluindo a origem de Eros como filho de Afrodite e Ares, o deus da guerra. No entanto, é importante notar que a mitologia grega é rica em nuances e variações, e diferentes autores e tradições mitológicas podem apresentar interpretações distintas dessas relações divinas.

Veja também: Zeus — a divindade mais poderosa e mais importante do panteão grego

Curiosidades sobre o deus Eros

  • Origem mítica variada: a origem de Eros na mitologia grega é frequentemente variada. Alguns o consideram um dos deuses primordiais, enquanto outros acreditam que ele é filho de Afrodite e Ares. Essas variações podem ser encontradas em obras como Teogonia, de Hesíodo, datada do século VIII a.C.
  • Conexão com Cupido: Eros é equiparado a Cupido na mitologia romana, na qual desempenha um papel semelhante como o deus do amor e do desejo. Essa identificação foi amplamente aceita na cultura ocidental.
  • Deus alado: a representação de Eros como um jovem alado simboliza o amor que voa e não conhece limites. Essa representação é encontrada em várias fontes artísticas ao longo da história.
  • Papel na criação: Eros é visto como uma força criativa que desempenha um papel na gênese do mundo mitológico, inspirando relações amorosas entre deuses e mortais.
  • Eros e Psiquê: uma das histórias mais famosas envolvendo o deus Eros é a de seu relacionamento com a mortal Psiquê, que é contada na obra O Asno de Ouro, conhecida também como Metamorfoses, de Lúcio Apuleio, escrita no século II d.C.
  • Papel na Ilíada: Eros é mencionado na Ilíada, de Homero, datada do século VIII a.C., obra na qual ele é retratado como um deus que influencia as ações dos deuses e mortais, instigando paixões e conflitos.
  • Variedade de epítetos: Eros era frequentemente descrito com diversos epítetos, como “Eros Philopator” (Eros, amante do pai) ou “Eros Himeros” (Eros, desejo). Esses epítetos ressaltavam diferentes aspectos de seu poder e influência.

Créditos de imagem

[1]  Ricardo André Frantz / Museu Capitolino / Wikimedia Commons (reprodução)

[2]  Paolo Gallo / Shutterstock

Fontes

COMMELIN, P. Mitologia Grega e Romana. São Paulo: Martins Fontes, 2001

WILKINSON, Philip et al. O Livro da Mitologia. São Paulo: Globo Livros, 2018

Por Tiago Dantas
Artigos relacionados