Segunda Revolução Industrial

A Segunda Revolução Industrial foi a segunda fase do ciclo de industrialização, iniciado na Inglaterra, visto como um período de grandes avanços tecnológicos.
Fotografia em preto e branco de locomotiva em alusão à Segunda Revolução Industrial.
A estrada de ferro foi uma das inovações da Segunda Revolução Industrial.
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A Segunda Revolução Industrial foi a segunda fase da industrialização mundial, estendendo-se por volta de 1850 a 1945. Essa segunda fase é entendida como uma continuidade e intensificação da primeira fase, sendo marcada por enormes avanços tecnológicos em diferentes áreas, como a indústria química e a indústria bélica.

Com essa segunda fase, a locomoção foi encurtada, pois melhores meios de transportes foram inventados; a medicina em geral avançou com a criação de novos remédios, como os antibióticos; a agricultura aumentou sua produtividade com os fertilizantes; além da produção de mercadorias ter sido intensificada com a urbanização.

Leia mais: Desigualdade social — sua intensificação foi uma das consequências da Revolução Industrial

Resumo sobre a Segunda Revolução Industrial

  • A Segunda Revolução Industrial foi a segunda fase da industrialização do planeta, estendendo-se de 1850 a 1945 aproximadamente.

  • Foi um período de intensificação das mudanças e dos avanços iniciados na primeira fase.

  • Durante a segunda fase, a industrialização alcançou novas países da Europa, além dos EUA e Japão.

  • Ela motivou o início do neocolonialismo, novo ciclo colonial iniciado pelas potências industrializadas.

  • Entre suas invenções, destacaram-se: o motor a explosão, o automóvel, o avião, os antibióticos, a dinamite etc.

Videoaula sobre Segunda Revolução Industrial

O que foi a Segunda Revolução Industrial?

A Segunda Revolução Industrial é o nome dado à segunda fase da industrialização do planeta, iniciada na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra. Essa primeira fase, chamada de Primeira Revolução Industrial, foi acompanhada de uma segunda fase que ficou marcada por inovações e pelo avanço da industrialização por diversas partes do planeta, estendendo-se de cerca de 1850 a 1945.

A industrialização chegou a novos países, novas invenções surgiram, novas fontes de energia passaram a ser utilizadas, o modo de produção de mercadorias se tornou mais acelerado ainda. A prosperidade industrial estabeleceu monopólios que permitiram uma grande concentração de capital, dando início a uma nova fase de acumulação.

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Contexto histórico da Segunda Revolução Industrial

A Segunda Revolução Industrial foi iniciada na segunda metade do século XIX, e muitos historiadores estabelecem a década de 1850 como ponto de partida. A industrialização havia se estabelecido durante a primeira fase da Revolução Industrial e trazido inúmeras transformações, a começar pelo processo produtivo, que passou da manufatura para a maquinofatura.

Além disso, a primeira fase da Revolução Industrial contribuiu para precarizar a condição dos trabalhadores ingleses, sujeitos a longas jornadas de trabalho, locais sem condições seguras e com baixos salários. O desenvolvimento tecnológico permitiu maior produção de mercadorias e, na segunda fase, deu novos passos, reduzindo o tempo dos deslocamentos e trazendo avanços na indústria química e energética por exemplo.

Quais são as causas da Segunda Revolução Industrial?

Como a Segunda Revolução Industrial é uma continuação do processo iniciado na primeira fase, entende-se que as causas tiveram relação com o início da Revolução Industrial como um todo. Assim, podemos destacar que a Revolução Industrial teve fundamento nas transformações iniciadas na Inglaterra após a Revolução Gloriosa.

O acúmulo de capital iniciado com os Atos de Navegação, no século XVII, possibilitou haver investimentos necessários para garantir o desenvolvimento das primeiras máquinas e, consequentemente, das primeiras indústrias. Além disso, as Leis do Cercamento permitiram a produção de matéria-prima em grande quantidade e possibilitou a existência de mão de obra em quantidade suficiente para trabalhar nas indústrias nascentes.

Outros fatores que explicam o início da Revolução Industrial foram:

  • necessidade de aumentar a produção de mercadorias;

  • difusão dos ideais iluministas;

  • fortalecimento político da burguesia;

  • grande disponibilidade de carvão e ferro na Inglaterra.

Leia mais: Revolução Inglesa — finalizou o absolutismo na Inglaterra, criando terreno para a Revolução Industrial

Quais são as características da Segunda Revolução Industrial?

A Segunda Revolução Industrial ficou marcada como uma continuidade da primeira fase da Revolução Industrial em que os avanços tecnológicos se estenderam a novas áreas. Houve uma expansão da industrialização, chegando a novos países europeus, como a Alemanha e a Bélgica, além de países de outros continentes, com destaque para os Estados Unidos e o Japão.

Houve um grande avanço nas fontes de energia, e o carvão deixou de ser a única fonte energética utilizada. O petróleo passou a ser usado no final do século XIX, tornando-se o principal combustível fóssil do planeta na primeira metade do século XX. A energia elétrica também se popularizou, tornando-se bastante útil na Europa e nos Estados Unidos.

Houve avanços na indústria química, permitindo, por exemplo, a fabricação de inúmeros remédios, e a metalurgia passou a usar o aço em grande quantidade, fazendo dele um item fundamental para a industrialização do planeta. As indústrias também passaram por avanços em seu processo produtivo e as máquinas, pelo processo de automação, permitindo que a fabricação fosse acelerada.

Os meios de transporte se tornaram mais eficazes com o surgimento da estrada de ferro, do navio a vapor e do avião, este último inventado no começo do século XX. Essas melhorias no transporte permitiram um aperfeiçoamento no transporte e no escoamento das mercadorias, possibilitando o aumento da produção. Por fim, o desenvolvimento tecnológico também permitiu o desenvolvimento da indústria bélica.

Relação entre a Segunda Revolução Industrial e o imperialismo

O avanço da industrialização e a formação de grandes monopólios contribuíram diretamente para que um novo ciclo de colonização fosse estabelecido pelas nações europeias. Os historiadores referem-se a esse novo ciclo como neocolonialismo ou como imperialismo, por meio do que vastos territórios no continente asiático e africano foram invadidos e transformados em colônias europeias.

Os historiadores entendem que o imperialismo se estabeleceu como uma necessidade das potências industrializadas de darem continuidade ao seu processo de expansão industrial. Para que essa expansão acontecesse, era necessário ter acesso a grandes fontes de matérias-primas e a novos mercados consumidores para que as mercadorias fossem escoadas.

Assim, a África e a Ásia, principalmente, mas também a Oceania tornaram-se alvo da ganância desses países para que a Segunda Revolução Industrial continuasse o seu curso. Um dos grandes símbolos do imperialismo foi a partilha da África, feita entre 1884 e 1885, durante a Conferência de Berlim.

Invenções da Segunda Revolução Industrial

Entre as grandes inovações tecnológicas que aconteceram durante a Segunda Revolução Industrial, destacaram-se:

  • estrada de ferro;

  • navio a vapor;

  • motor a explosão;

  • dinamite;

  • pneu;

  • automóvel;

  • avião;

  • aço;

  • câmera fotográfica;

  • fertilizante;

  • lâmpada incandescente;

  • telefone;

  • vacinas;

  • antibióticos etc.

Consequências da Segunda Revolução Industrial

A Segunda Revolução Industrial trouxe inúmeros avanços tecnológicos e benefícios para a humanidade, sobretudo com o desenvolvimento de novos medicamentos, como os antibióticos. No entanto, a segunda fase da Revolução Industrial intensificou o desenvolvimento industrial, dando origem a enormes monopólios.

Além disso, deu início a uma nova fase de acumulação de capital que permitiu o desenvolvimento do capitalismo financeiro. As mudanças no processo produtivo originaram formas de produção, como o fordismo, ampliando a produção de mercadorias, mas intensificando a alienação do trabalhador em relação ao seu trabalho.

A urbanização foi intensificada em um processo contínuo desde a primeira fase da Revolução Industrial, e a agricultura se beneficiou com os avanços do período, sobretudo pela invenção dos fertilizantes. A Revolução Industrial também intensificou a degradação do meio ambiente e, em aspectos sociais, contribuiu para manter o quadro de pobreza da grande massa de trabalhadores.

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Brasil na Segunda Revolução Industrial

O Brasil passou por um breve ciclo de industrialização durante a Segunda Revolução Industrial. Esse ciclo industrial foi possível graças ao capital acumulado com a produção de café aqui. Muitos cafeicultores, enriquecidos com suas fazendas, passaram a investir os seus lucros na montagem de pequenas indústrias. A industrialização do Brasil, no final do século XIX, foi muito tímida, e somente a partir da década de 1930 é que houve um processo nesse sentido consistente do país.

Exercícios sobre a Segunda Revolução Industrial

Questão 01

(Fundatec) O imperialismo e a ocorrência do neocolonialismo na história podem ser

caracterizados ou definidos como:

I. Capitalismo monopolista, com grande pico no século XIX, com a ocorrência de significativa

expansão dos Estados Europeus.

II. Uma articulação do Imperialismo, sendo uma nova etapa de dominações de áreas pelas

burguesias das grandes potências, ampliando as bases de investimentos.

III. Sistema econômico desenvolvido nas primeiras sociedades estatais, com a prática do comércio,

distribuindo riqueza gerada pela sociedade, com total controle do Estado sobre a economia e a

política da região.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas I e II.

e) I, II e III.

Resposta: Alternativa D

Questão 02

(Consulplan – adaptado) Considerando os países envolvidos e as questões técnicas, a Revolução Industrial pode ser dividida em diferentes momentos importantes; analise as etapas a seguir.

I. As principais inovações técnicas foram a utilização do aço (superando o ferro), o aproveitamento da energia elétrica e dos combustíveis petrolíferos, a invenção do motor a explosão, da locomotiva e do barco a vapor e do desenvolvimento dos produtos químicos.

II. O destaque deste período foi o desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. Além disso, o aperfeiçoamento das máquinas a vapor teve extrema importância para o progresso das fábricas.

III. O período é marcado pelo aumento da produtividade com a utilização de um número cada vez menor de trabalhadores. Grandes transformações, conforme o impacto das novas tecnologias como: microcomputador; microeletrônica; robótica; engenharia genética; e, telemática.

Os três momentos importantes da Revolução Industrial são:

a) I. Primeira etapa II. Terceira etapa III. Segunda etapa

b) I. Segunda etapa II. Primeira etapa III. Terceira etapa

c) I. Segunda etapa II. Terceira etapa III. Primeira etapa

d) I. Terceira etapa II. Primeira etapa III. Segunda etapa

e) I. Terceira etapa II. Segunda etapa III. Primeira etapa

Resposta: Letra B

Fontes

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

CARTWRIGHT, Mark. Top 10 inventions of Industrial Revolution. Disponível em: https://www.worldhistory.org/article/2204/top-10-inventions-of-the-industrial-revolution/

https://arquivos.qconcursos.com/prova/arquivo_prova/95285/fundatec-2023-prefeitura-de-macambara-rs-professor-anos-finais-do-ensino-fundamental-historia-prova.pdf?_ga=2.212737500.971191696.1694467637-1396053272.1679600313

https://arquivos.qconcursos.com/prova/arquivo_prova/91795/instituto-consulplan-2022-seed-pr-area-de-conhecimento-historia-prova.pdf?_ga=2.253418561.971191696.1694467637-1396053272.1679600313

Por Daniel Neves Silva