O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII, e defendia a valorização da razão como forma de garantir o progresso da humanidade. Questionava os valores e as autoridades de sua época, como a fé e o absolutismo. Também era contrário ao mercantilismo e defendia novos modelos econômicos.
Entre os principais pensadores iluministas estavam Locke, Rousseau e Voltaire. As obras desses e outros pensadores iluministas apontavam a limitação do poder real, da igualdade e da liberdade dos homens, entre outros valores. Os ideais iluministas inspiraram transformações na Europa e América, incluindo o Brasil.
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Resumo sobre o Iluminismo
- O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII.
- Seus adeptos eram críticos do absolutismo e defendiam a limitação do poder real.
- Entre seus nomes de destaque estavam Rousseau, Adam Smith e Montesquieu.
- Eram críticos do mercantilismo e da interferência do governo na economia, pois acreditavam no livre mercado.
- Os ideais do movimento catalisaram mudanças em diversas partes do mundo.
Videoaula sobre o Iluminismo
O que foi o Iluminismo?
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa a partir do século XVIII, sendo responsável por uma grande transformação na cultura europeia. Conhecido também como Ilustração, o Iluminismo fez com que o século XVIII ficasse conhecido como “século das luzes”, tamanha a influência desses ideais sobre a Europa durante esse período.
O Iluminismo propôs mudanças profundas em diversas áreas, como a política, economia, sociedade, cultura, religião, entre outros campos. Importante mencionar que, antes do século XVIII, existia um movimento intelectual que contou com nomes como Francis Bacon e René Descartes e foi entendido por alguns como parte do Iluminismo. Outros historiadores, no entanto, não os incluem como pensadores iluministas.
Os iluministas afirmavam que eles iluminariam a mente das pessoas de seu século. Isso fez com que o movimento ganhasse esse nome que se associa diretamente com a palavra “luz”. As ideias iluministas propagavam uma grande valorização da razão humana e que ela deveria ter mais importância que a fé, além de ser o guia da humanidade na direção do progresso.
Eles rejeitavam as tradições e crenças que não tinham fundamento científico e procuravam usar da razão para explicar os fenômenos da natureza. Também questionavam o controle da Igreja sobre a sociedade em que viviam e criticavam a intolerância religiosa.
A crença dos iluministas no progresso humano fez com que eles fossem enxergados como otimistas, porque acreditavam que o racionalismo e o desenvolvimento científico permitiriam um desenvolvimento pleno da humanidade e de uma sociedade justa (dentro dos parâmetros de justiça deles).
Além disso, os iluministas criticavam o absolutismo, questionavam os princípios econômicos de sua época, afirmavam que todos os homens deveriam ser considerados iguais e, portanto, colocavam-se contra os privilégios de sua sociedade. Defendiam a separação entre Estado e Igreja, e incentivavam a propagação do conhecimento humano.
Pensadores iluministas
Entre os grandes pensadores iluministas, destacaram-se:
- Rousseau;
- Voltaire;
- Montesquieu;
- Adam Smith.
Principais ideias do Iluminismo
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Questionamentos do Iluminismo ao absolutismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual abertamente crítico ao absolutismo, a forma de governo predominante na Europa do século XVIII. Nesse sistema, o poder se concentrava nas mãos do monarca, que governava com mão de ferro. A sociedade absolutista também era desigual, formada por classes sociais estamentais e por privilégios para algumas classes.
O Iluminismo foi principalmente influente na França, exatamente o país que tinha os mais conhecidos monarcas absolutistas. Os reis franceses governavam seu reino com poderes ilimitados e não havia espaço para questionamento das suas decisões. Os iluministas foram de encontro com essa característica da sociedade francesa e defenderam formas de limitar o poder real.
Eles propuseram que essa limitação ocorresse por meio de um Congresso, que seria eleito pelo povo e o responsável por elaborar uma Constituição, um documento que serviria como a base de uma nação, trazendo os direitos e deveres de todos dentro do Estado.
Os iluministas também questionavam a ausência de liberdade dentro de sua sociedade, pois, como mencionado, não havia espaço para a contestação das vontades do monarca. Assim, eles eram defensores da liberdade de expressão e do direito dos cidadãos de fazerem críticas às autoridades quando lhes fosse apropriado.
Defendiam o direito de liberdade de reunião para poderem debater suas ideias sem o temor de sofrer represálias, e defendiam a liberdade religiosa porque não concordavam com as perseguições que aconteciam por conta das diferenças entre as religiões. Esses ideais tiveram forte apoio da burguesia, o grupo que identificou que eles poderiam ser benéficos na sua ascensão social e econômica.
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Propostas do Iluminismo para a economia
Os iluministas também propunham mudanças para a economia e eram críticos das práticas do mercantilismo e da constante interferência do Estado sobre a economia. Essas críticas eram de interesse da burguesia, envolvida com o comércio, que gostaria de ver livre das regulações impostas pelo Estado.
Os iluministas defendiam que em economia o Estado não deveria interferir e que o mercado deveria regular a si mesmo. Segundo eles, as interferências estatais somente atrapalhavam a livre iniciativa e impediam o desenvolvimento do comércio e o enriquecimento das pessoas. Eles incentivavam a livre iniciativa e defendiam o livre comércio e a livre concorrência.
Essas ideias ficaram conhecidas como liberalismo econômico, e o seu principal formulador foi o economista Adam Smith. Houve também espaço para que outras propostas fossem formuladas para a economia. O economista francês François Quesnay, por exemplo, defendeu a ideia de que a agricultura seria a grande geradora de riquezas para uma nação.
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Repercussões do Iluminismo
Os ideais absolutistas repercutiram bastante na Europa e se espalharam por outros locais, chegando à América, por exemplo. Grandes transformações aconteceram por meio deles e grandes acontecimentos se inspiraram neles. Nosso mundo contemporâneo foi construído com base nas ideias iluministas.
As propostas para a economia formuladas por Adam Smith, por exemplo, contribuíram para a formação do capitalismo, sendo que o liberalismo econômico foi muito influente na economia mundial até a Grande Depressão.
As propostas dos iluministas para a religião, por exemplo, foram importantes para popularização da ideia de Estado laico, isto é, que não interfere nos assuntos religiosos e garante liberdade religiosa para sua população.
Na política, os iluministas contribuíram para implodir o absolutismo, levando ao surgimento de novas formas de governo em que havia uma limitação do poder do governante. Muitas nações europeias adotaram monarquias constitucionais como alternativa. Nesse modelo, o poder do monarca é limitado por uma Constituição.
Além disso, acontecimentos marcantes foram influenciados diretamente por esses ideais. Entre eles, destacaram-se:
- Revolução Americana;
- Revolução Francesa;
- Revolução Haitiana;
- independência dos países da América Espanhola.
→ Iluminismo no Brasil
No Brasil, o Iluminismo se deu por meio do questionamento do pacto colonial estabelecido pelos portugueses. O movimento penetrou no país, principalmente, por meio das elites econômicas brasileiras que enviavam os seus filhos para estudarem em locais como a Universidade de Coimbra.
Lá, eles entraram em contato com os ideais iluministas e os trouxeram para o Brasil. As ideias iluministas aqui fizeram com que seus adeptos defendessem o fim do colonialismo, visando à equiparação dos status de Portugal e Brasil, mas muitos começaram a defender o separatismo, com a formação de uma república que reproduzisse os valores iluministas no país.
O iluminismo brasileiro ainda fomentou uma série de revoltas contra o domínio colonial, das quais se destacaram a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.
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