Queda da Bastilha

A Queda da Bastilha foi a invasão e a tomada de uma fortaleza que era símbolo do poder da monarquia absolutista na França. Esse evento marcou o início da Revolução Francesa.
A Queda da Bastilha retratada em pintura de 1791.
A Bastilha era uma fortaleza medieval que era um símbolo do poder monárquico na França.[1]
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A Queda da Bastilha foi o evento que marcou o início da Revolução Francesa, ocorrendo em 14 de julho de 1789, quando uma multidão parisiense invadiu e tomou a fortaleza, símbolo do absolutismo monárquico e opressão. Esse evento emblemático foi o resultado de um contexto histórico marcado por crises econômicas, sociais e políticas na França do século XVIII, incluindo a má administração do Estado, as guerras onerosas e a desigualdade social.

Os participantes da Queda da Bastilha foram diversos, incluindo insurgentes parisienses, desertores do exército real, soldados e figuras políticas e intelectuais influentes. Motivados pelo descontentamento com o regime absolutista, a crise financeira, a desigualdade social e a influência das ideias iluministas, esses grupos se uniram em uma revolta popular contra o governo monárquico.

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Resumo sobre a Queda da Bastilha

  • A Queda da Bastilha foi um evento que ocorreu na França em 14 de julho de 1789.
  • Uma multidão parisiense invadiu e tomou a fortaleza da Bastilha, que era um símbolo do absolutismo monárquico e opressão.
  • A Queda da Bastilha marcou o início da Revolução Francesa.
  • A França passava por um período de profunda crise no século XVIII, caracterizada por problemas econômicos, sociais e políticos.
  • A má administração do Estado, as guerras onerosas e a desigualdade social contribuíram para o descontentamento generalizado da população.
  • Esses fatores culminaram em uma revolta popular contra a opressão do governo monárquico.
  • Diversos estratos sociais e políticos que se uniram em busca de mudanças e reformas na sociedade francesa.
  • Houve confrontos violentos entre a população parisiense e as forças leais ao rei, resultando na invasão e tomada da fortaleza.
  • A resistência popular e a falta de preparo das tropas governamentais foram determinantes para a Queda da Bastilha.
  • Com esse evento houve o enfraquecimento do poder monárquico, o surgimento da República e o início de um período de intensas transformações políticas, sociais e econômicas na França e no mundo.

O que foi a Queda da Bastilha?

A Queda da Bastilha foi um evento ocorrido em 14 de julho de 1789, no qual ocorreu a tomada da fortaleza francesa por uma revolta popular. Esse foi um evento emblemático da Revolução Francesa, que marcou o início de uma série de transformações políticas, sociais e culturais na França e influenciou profundamente a história mundial. A Bastilha era uma fortaleza medieval localizada em Paris, utilizada como prisão estatal e símbolo do poder absolutista do regime monárquico francês.

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Contexto histórico da Queda da Bastilha

O contexto histórico da Queda da Bastilha remonta às décadas que antecederam a Revolução Francesa. No século XVIII, a França enfrentava uma série de crises econômicas, sociais e políticas, exacerbadas pela má administração do Estado e pelo peso dos privilégios da nobreza e do clero. O país estava mergulhado em dívidas devido à participação em guerras, como a Guerra dos Sete Anos e a Guerra da Independência dos Estados Unidos, que contribuíram para agravar a situação financeira.

Além disso, a sociedade francesa estava profundamente dividida em termos de privilégios e desigualdades. Enquanto a nobreza e o clero desfrutavam de isenções fiscais e outros privilégios, a maioria da população, composta por camponeses, trabalhadores urbanos e a crescente classe média, sofria com altos impostos e condições de vida precárias.

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Participantes da Queda da Bastilha

A Queda da Bastilha envolveu uma série de participantes, representativos das diferentes camadas sociais e políticas da sociedade francesa da época. Entre os principais participantes estavam os insurgentes parisienses, formados principalmente por membros da classe trabalhadora urbana, como artesãos, comerciantes, estudantes e desempregados. Esses grupos, influenciados por ideias iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade, foram os principais motores por trás da revolta popular que culminou na Queda da Bastilha.

Além dos insurgentes, também houve a participação de desertores do exército real e de soldados que se uniram à causa revolucionária. Esses indivíduos forneceram conhecimentos militares e força adicional aos rebeldes durante os confrontos com as forças leais ao rei.

É importante ressaltar também o papel de figuras políticas e intelectuais influentes, como os membros da Assembleia Nacional Constituinte, que buscavam reformas políticas e sociais, e dos jornalistas e escritores que propagavam ideias revolucionárias através de panfletos, jornais e discursos.

Tomada da Bastilha representada em gravura por H. Jannin.
Soldados, desertores, insurgentes e figuras políticas participaram da tomada da Bastilha.[2]

Principais motivos da Queda da Bastilha

A Queda da Bastilha foi motivada por uma série de fatores que refletiam as tensões sociais e políticas existentes na França do século XVIII. Um dos principais motivos foi o descontentamento generalizado com o regime absolutista e autoritário do rei Luís XVI, que enfrentava sérias dificuldades para lidar com os problemas econômicos e sociais do país. A população responsabilizava o monarca e a nobreza por sua situação de miséria e injustiça, exacerbando o sentimento antimonárquico e antiaristocrático.

Além disso, a crise financeira do Estado e a pressão fiscal sobre a população contribuíram para aumentar a insatisfação popular. O sistema tributário injusto, que isentava os privilegiados enquanto sobrecarregava os mais pobres, gerava ressentimento e revolta entre os contribuintes comuns.

A disseminação de ideias iluministas, que defendiam a igualdade de direitos e a soberania popular, também teve um papel crucial na mobilização das massas contra o regime estabelecido. Filósofos como Voltaire, Rousseau e Montesquieu influenciaram profundamente o pensamento político da época, inspirando os revolucionários a questionar a legitimidade do poder absoluto do rei.

Como foi a Queda da Bastilha?

A Queda da Bastilha foi o culminar de uma série de eventos que demonstraram a crescente hostilidade do povo francês em relação ao governo monárquico e às instituições do Antigo Regime.

No dia 14 de julho de 1789, uma multidão enfurecida cercou a Bastilha, exigindo a libertação de prisioneiros políticos e a apreensão de armas e munições armazenadas na fortaleza. Os guardas da Bastilha, em número reduzido e despreparados para enfrentar a revolta, acabaram cedendo diante da pressão popular.

Revoltosos invadindo a prisão durante a Queda da Bastilha.
Os insurgentes invadiram a fortaleza da Bastilha e exigiram a libertação de prisioneiros. Em seguida, o local foi incendiado.

Após horas de confrontos violentos, os insurgentes conseguiram invadir a Bastilha, que foi tomada e incendiada. O governador da fortaleza, Marquês de Launay, foi capturado e executado pelos rebeldes, enquanto os prisioneiros políticos foram libertados.

A Queda da Bastilha foi celebrada como uma grande vitória pelos revolucionários e como um símbolo da resistência popular contra a opressão do regime absolutista. O evento foi amplamente difundido pela imprensa e se tornou um marco histórico que inspirou outros levantes populares em toda a França.

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Consequências da Queda da Bastilha e da Revolução Francesa

A Queda da Bastilha teve repercussões profundas e duradouras na história da França e do mundo, marcando o início de um período de intensas transformações políticas, sociais e culturais. Uma das principais consequências foi o enfraquecimento do poder monárquico e a ascensão do movimento revolucionário, que culminou na abolição do Antigo Regime e na instauração de um novo regime político baseado nos princípios da República e da democracia.

Esse evento também teve um impacto significativo na política internacional, gerando preocupações e reações por parte das monarquias absolutistas europeias, que temiam a propagação do ideal revolucionário em seus próprios países. A queda contribuiu para o surgimento de conflitos e guerras entre a França revolucionária e as potências monárquicas, como a Áustria e a Prússia.

Além disso, a Revolução Francesa desencadeou uma série de mudanças sociais e econômicas, incluindo a abolição dos privilégios feudais, a promulgação de uma constituição que garantia direitos individuais e a redistribuição da propriedade da terra. Essas reformas tiveram um impacto profundo na estrutura social e na organização política da França, moldando o curso da história do país nas décadas seguintes.

Videoaula sobre a Revolução Francesa

Exercícios resolvidos sobre a Queda da Bastilha

1. Durante a Revolução Francesa, a Queda da Bastilha foi um dos eventos mais significativos, marcando o início de grandes transformações na França e no mundo. Considerando o contexto histórico e as motivações por trás desse evento, analise as afirmações abaixo:

I. A Queda da Bastilha ocorreu em 14 de julho de 1789, quando uma multidão parisiense invadiu e tomou a fortaleza, símbolo do poder absoluto do regime monárquico.

II. A crise financeira do Estado, a desigualdade social e a disseminação das ideias iluministas foram alguns dos principais motivos que levaram à Queda da Bastilha.

III. Os participantes da Queda da Bastilha incluíram apenas membros da nobreza e do clero que estavam insatisfeitos com as políticas do rei Luís XVI.

IV. As consequências da Queda da Bastilha incluíram o enfraquecimento do poder monárquico, o surgimento da República e o início de transformações políticas, sociais e econômicas na França e no mundo.

Quais afirmações estão corretas sobre a Queda da Bastilha?

a) Apenas I e II estão corretas.

b) Apenas I e III estão corretas.

c) Apenas II e IV estão corretas.

d) Apenas III e IV estão corretas.

e) Todas as afirmações estão corretas.

Resposta correta: c) As afirmações corretas são II e IV. A crise financeira do Estado, a desigualdade social e a disseminação das ideias iluministas foram de fato motivos importantes para a Queda da Bastilha. Além disso, as consequências incluíram o enfraquecimento do poder monárquico e o surgimento de mudanças políticas, sociais e econômicas significativas na França e no mundo.

2. A Queda da Bastilha foi um marco na história da Revolução Francesa, simbolizando a resistência popular contra o regime monárquico absolutista. Dentre os participantes desse evento, destacavam-se diferentes grupos sociais e políticos que buscavam mudanças na sociedade francesa. Considerando essas informações, analise as afirmações abaixo:

I. Os insurgentes parisienses, formados principalmente por membros da classe trabalhadora urbana, foram os principais responsáveis pela Queda da Bastilha.

II. Os desertores do exército real e soldados que se uniram à causa revolucionária forneceram conhecimentos militares e força adicional aos insurgentes durante os confrontos.

III. Figuras políticas e intelectuais influentes, como os membros da Assembleia Nacional Constituinte, não tiveram qualquer participação na Queda da Bastilha.

IV. A Queda da Bastilha não teve impacto além das fronteiras francesas, não influenciando outros movimentos revolucionários.

Quais afirmações estão corretas sobre os participantes da Queda da Bastilha?

a) Apenas I e II estão corretas.

b) Apenas I e III estão corretas.

c) Apenas II e IV estão corretas.

d) Apenas III e IV estão corretas.

e) Todas as afirmações estão corretas.

Resposta correta: a) As afirmações corretas são I e II. Os insurgentes parisienses, principalmente membros da classe trabalhadora urbana, desempenharam um papel crucial na Queda da Bastilha, assim como os desertores do exército real e soldados que se uniram à causa revolucionária. Esses grupos contribuíram significativamente para a tomada da fortaleza e para o sucesso da revolta popular.

Créditos das imagens

[1] Rama/ Wikimedia Commons/ Cc-by-sa-2.0-fr

[2] Wikimedia Commons

Fontes

GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2003.

HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 2008.  

Por Tiago Soares Campos
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