Proletariado

Proletariado pode ser entendido como a classe de trabalhadores, aqueles e aquelas que vendem sua força de trabalho para a classe burguesa.
Crianças trabalhando em oficina no contexto do surgimento do proletariado.
As condições de trabalho do proletariado na Revolução Industrial não eram das melhores.
Imprimir
Texto:
A+
A-

Proletariado é um conjunto de trabalhadores, de maneira geral. Essa palavra tem origem latina, tendo surgido no período do antigo Império Romano, quando os homens que não tinham posses eram chamados de proletários, pois tinham seus filhos (prole) para oferecer ao império e servir ao exército.

Karl Marx, após a Revolução Industrial, definiu teoricamente o proletariado como a classe trabalhadora, ou seja, os trabalhadores assalariados que, por não terem posses, vendem sua própria força de trabalho para sobreviver. Essa força é vendida para a burguesia, a classe social diametralmente oposta, pois é ela a detentora dos meios de produção e que explora a força de trabalho.

Leia também: Socialismo — ideologia política que faz críticas ao sistema capitalista

Resumo sobre proletariado

  • O proletariado é o conjunto de sujeitos que não detêm os meios de produção e, por isso, para sobreviver, vendem sua força de trabalho para a burguesia.

  • Seus sinônimos são: classe trabalhadora, trabalhadores, operariado.

  • Seus antônimos são: burguesia, classe burguesa, donos, patrões.

  • Suas características são: não deter meios de produção, receber salários e vender sua força de trabalho.

  • Suas condições eram precárias no início da Revolução Industrial. Algumas delas foram melhoradas, mas ainda são caracterizadas pela exploração.

  • Sua origem se deu no antigo Império Romano para designar os que não tinham posses e só podiam tinham para oferecer seus próprios filhos (prole).

  • A chamada Ditadura do Proletariado foi (e é) um modo de pensar a transição de uma sociedade capitalista para uma socialista, em que os trabalhadores passam a ter poder político e econômico.

  • O proletariado no capitalismo é a classe subalternizada e explorada pela burguesia. Ao mesmo tempo, é a produtora de todas as mercadorias existentes.

  • Karl Marx identificou o proletariado como a classe daquele que é explorado, mas que também, por ser produtor, é capaz de transformar a sociedade estruturalmente.

  • O proletariado e a burguesia sempre estarão em lados opostos, pois para que um exista, é necessária a exploração do outro.

Videoaula sobre proletariado

O que é proletariado?

Proletariado pode ser definido como um conjunto de trabalhadores, de maneira geral. Porém, na acepção de Karl Marx, teórico que aprofundou os estudos sobre essa classe, o proletariado são aqueles e aquelas que não detêm os meios de produção — ao contrário da burguesia — e, por esse motivo, para sobreviver, vendem sua força de trabalho em troca de um salário.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Quais são os sinônimos de proletariado?

Proletariado também pode ser entendido como “trabalhadores e trabalhadoras” e, ainda, como “classe trabalhadora”. Segundo o Dicionário de Sinônimos, pode ser também: “operariado, operários, trabalhadores, empregados, funcionários, colaboradores, assalariados, salariados, contratados, subordinados, subalternos”.

Quais são os antônimos de proletariado?

Marx constatou que o proletariado está em constante disputa com a classe burguesa. Portanto, a burguesia é seu antônimo social. Burguesia relaciona-se a: patrão, dono, dono dos meios de produção, burguês.

Características e condições do proletariado

O proletariado surgiu no capitalismo industrial, ou seja, quando começaram a surgir as primeiras fábricas e seus donos. Aqueles que não eram possuidores de riquezas viram como única saída a venda da força de trabalho: seu tempo, sua energia, seu pensamento, suas mãos e demais partes de seu corpo para trabalharem na produção não só de um objeto, produto final daquela indústria, mas também de lucro para o patrão.

As condições de trabalho nos primeiros anos da Revolução Industrial, quando surgiu o proletariado, eram insalubres, para dizer o mínimo. Havia jornadas de mais de 14 horas, trabalho infantil, inexistência de equipamentos de proteção etc. Com o surgimento dos sindicatos, o proletariado começou a se organizar e reivindicar direitos mínimos para que não morresse em acidentes de trabalho. Ainda assim, as condições de trabalho do proletariado em muitos lugares, geralmente com baixa organização social da classe, é ruim.

É importante lembrar que, de acordo com as concepções elaboradas por Marx, a condição de trabalho do proletariado sempre será de caráter exploratório, já que sua força de trabalho é explorada pela classe burguesa.

Leia também: Ludismo — o movimento de trabalhadores contra as máquinas no começo da Revolução Industrial

Origem do proletariado

A palavra “proletariado” advém de “proletário”, que, no antigo Império Romano, era como se chamavam aqueles que não tinham posses, mas tinham filhos (prole), e esses serviam ao exército imperial como a única “coisa” que podiam oferecer ao império. Marx adaptou o termo, como vimos anteriormente, à classe trabalhadora no período industrial.

Ditadura do Proletariado

A Ditadura do Proletariado é uma fase transitória entre o capitalismo e o comunismo, segundo a teoria de Karl Marx. Nesse período, o proletariado deteria o poder político e econômico.

Apesar do termo “ditadura”, a formulação marxista pressupõe sufrágio universal entre trabalhadores para as decisões, como aconteceu, por exemplo, no breve período da Comuna de Paris, quando o proletariado tomou as fábricas e outros locais. Para o autor, dentro do capitalismo vive-se também em uma ditadura da burguesia, já que é essa classe que detém o poder político e econômico.

No entanto, não foi Karl Marx ou outros marxistas (como Lenin, que se baseou nestes na Revolução Russa) que criaram o termo. Originalmente, ele foi criado por Joseph Arnold Weydemeyer, um militar socialista prussiano.

Proletariado e o capitalismo

O proletariado é visto na sociedade capitalista como uma classe subalterna, já que é explorado e subalternizado pela burguesia, detentora dos meios de produção, para quem vende sua força de trabalho em troca de um salário para sua sobrevivência. Dentro do capitalismo, o proletariado tem papel essencial, já que é ele quem, de fato, trabalha, ou seja, produz.

A frase “se a classe operária tudo produz, a ela tudo pertence” foi (e é) bastante utilizada por socialistas marxistas para indicar justamente isso. É importante salientar que, embora seja corriqueiramente creditada a Marx, ela é do teórico socialista Ferdinand Lassalle (que inclusive é, em Crítica ao Programa de Gotha|1|, criticado pelo próprio Marx, não pela frase, mas em outros debates).

Leia também: Desigualdade social — a diferença existente entre as classes sociais

Karl Marx e o proletariado

Karl Marx
Marx foi um dos intelectuais que impulsionaram as massas de trabalhadores proletários.

Proletário, como vimos, era um termo que já existia desde o antigo Império Romano, e Marx o adaptou para designar uma nova classe, que surgiu após a Revolução Industrial: a dos trabalhadores que vendiam sua força de trabalho nas fábricas. Para ele, essa classe seria capaz e responsável por mudanças estruturais na sociedade, caso fosse organizada revolucionariamente, afinal é a classe que produz as mercadorias existentes no capitalismo. O proletariado poderia se rebelar contra os burgueses, meros detentores dos meios de produção e quem se apropria da mais-valia (lucro obtido pela burguesia por meio da exploração do trabalho de outro ser humano).

Leia também: Totalitarismo — o domínio absoluto de uma pessoa ou partido político sobre uma nação

Proletariado x burguesia

No livro Manifesto do Partido Comunista|2|, de Karl Marx e Friedrich Engels, a burguesia é assim definida: “[...] por burguesia entendemos a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social e empregadores do trabalho assalariado”; e “[...] por proletariado, a classe dos operários assalariados modernos que, não possuindo meios próprios de produção, reduzem-se a vender a força de trabalho para poderem viver”.

Notas

|1| MARX, Karl. Crítica ao programa de Gotha. São Paulo: Boitempo, 2012.

|2| Manifesto do Partido Comunista. Disponível aqui.

Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa
Artigos relacionados