Malcolm X

Malcom X foi um dos grandes nomes na luta por mais direitos civis para os afro-americanos nos Estados Unidos durante a década de 1950 e 1960.
Malcolm X atuou ativamente pelo Nação do Islã entre os anos de 1952 e 1964*
Malcolm X atuou ativamente pelo Nação do Islã entre os anos de 1952 e 1964*
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Malcolm X foi um ativista que lutou pelos direitos da comunidade afro-americana, durante as décadas de 1950 e 1960, na era dos movimentos dos direitos civis nos Estados Unidos. Adepto do Islamismo, ele fez parte de uma organização afro-americana chamada Nação do Islã entre os anos de 1952 e 1964.

Juventude de Malcolm X

Malcolm X nasceu no dia 19 de maio de 1925, na cidade de Omaha, no estado de Nebraska. Seu nome de registro era Malcolm Little, e seus pais se chamavam Earl Little e Louise Little. O pai de Malcolm era um reverendo batista que atuava como ativista pela comunidade afro-americana em uma organização que se chamava Universal Negro Improvement Association (Associação Universal pelo Progresso dos Negros, em uma tradução livre).

A atuação do pai de Malcolm na luta em prol dos afro-americanos fez com que sua família sofresse intensa perseguição de supremacistas brancos, sobretudo de membros do Ku Klux Klan. A perseguição fez com que a família de Malcolm mudasse de cidade por duas vezes: primeiro de Omaha para Milwaukee e, depois, para Lansing, em Michigan.

No entanto, mesmo em Lansing, a perseguição contra Earl e sua família prosseguiu: primeiro, com a sua casa sendo incendiada e, segundo, com o assassinato de Earl Little em 1931. O assassinato do pai de Malcolm nunca foi esclarecido ao certo, mas especula-se que provavelmente ele tenha sido assassinado por supremacistas brancos.

Depois do assassinato de seu pai, a mãe de Malcolm desenvolveu problemas psíquicos e precisou ser internada. Malcolm e seus irmãos foram enviados para centros de adoção em Lansing. Malcolm viveu em Lansing até 1941, quando então se mudou para a cidade de Boston, passando a viver com sua irmã.

Malcolm X vai para a cadeia

A irmã de Malcolm chamava-se Ella Little-Collins e recebeu-o prontamente em sua casa. Em Boston, Malcolm passou a trabalhar como engraxate e, a partir de algumas amizades locais, conheceu a boemia. Passou a frequentar bares e consumir bebidas alcoólicas e drogas e logo passou a cometer pequenos delitos. Em um desses delitos, foi preso pela polícia e sentenciado a dez anos de prisão.

A sentença de Malcolm foi dada no ano de 1946 e ele foi encaminhado para uma prisão em Norfolk, no estado de Massachusetts. Durante o período em que esteve na prisão, Malcolm foi influenciado por seu irmão Reginald Little a conhecer o Nação do Islã, uma organização que defendia os direitos afro-americanos e a ideia da formação de uma sociedade de negros separada da dos brancos.

A partir daí, Malcolm X desenvolveu o hábito da leitura, utilizando-se da biblioteca existente em sua prisão. Além disso, passou a manter contato com o líder do Nação do Islã, Elijah Mohammad, que se autoafirmava como mensageiro escolhido por Alá. A aproximação de Malcolm com Elijah resultou na conversão de Malcolm ao Islamismo e adesão ao Nação do Islã em 1952.

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Malcolm como ativista

Após sair da prisão, Malcolm passou a atuar de maneira ativa pelo Nação do Islã, transformando-se em um ministro de um templo da organização no Harlem (um bairro de Nova York). Além de possuir uma excelente retórica, Malcolm tornou-se jornalista e passou a escrever constantemente no jornal mantido pelo Nação do Islã.

Como parte do ritual de entrada do Nação do Islã, Malcolm abandonou o seu sobrenome “Little”, pois era visto como uma herança do passado escravocrata que seu país lhe havia legado e adotou o “X”. Além disso, sua entrada no Nação do Islã também fez Malcolm abandonar o consumo de drogas como forma de purificar o seu corpo.

A retórica de Malcolm como ativista do Nação do Islã popularizou-o, sobretudo em 1959, quando um documentário foi veiculado pelos Estados Unidos. O documentário chamava-se “Nation of Islam: The hate that hat produced” (algo como “Nação do Islã: o ódio que o ódio criou”). Esse documentário popularizou as ideias de Malcolm X nos Estados Unidos.

Em geral, Malcolm X evocava a superioridade dos negros e a necessidade de se formar um Estado autônomo para a comunidade afro-americana. Malcolm X afirmava que os objetivos em benefício da comunidade afro-americana deveriam acontecer por todos os meios necessários e que, se ameaçados, os afro-americanos deveriam utilizar da violência para sua autodefesa.

O crescimento da popularidade de Malcolm X não repercutiu bem internamente no Nação do Islã. Alguns desentendimentos com outros membros e com o líder da organização, Elijah Mohammad, fizeram com que Malcolm X saísse da organização em 1964. Depois disso, Malcolm X realizou viagens por Meca – cidade sagrada do Islã – e pelo continente africano, retornando para a América com novas ideias e visões que pregavam mais a conciliação do que a ruptura.

Assassinato de Malcolm

No entanto, a saída de Malcolm X do Nação do Islã rendeu-lhe uma série de inimigos. No dia 21 de fevereiro de 1965, enquanto palestrava no Harlem, Malcolm X foi alvo de um ataque à arma de fogo. Alvejado por mais de dez tiros, Malcolm X não resistiu aos ferimentos e faleceu a caminho do hospital. Seus algozes, provavelmente, eram membros do Nação do Islã.

 

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*Créditos da imagem: aradaphotography e Shutterstock



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Por Daniel Neves Silva

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