Maomé

Maomé ou Muhammad é o nome do principal profeta do islamismo. Na tradição islâmica, recebeu uma revelação de Alá, passando a pregar sua mensagem.
Maomé ou Muhammad foi o profeta que deu origem ao islamismo no século VII.[1]
Ilustração fazendo alusão à Maomé ou Muhammad, o principal profeta do islamismo.
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Maomé (chamado de Muhammad pelos muçulmanos) foi o principal profeta do islamismo, de acordo com a tradição islâmica. De acordo com essa fé, ele era um comerciante que recebeu revelações de Alá por intermédio do anjo Gabriel, tornando-se em pregador da mensagem de Alá e do islamismo.

Maomé (Muhammad) iniciou suas pregações em Meca, mas passou a ser perseguido, fugindo para Medina, onde conseguir enorme poder. Deu início a uma guerra contra Meca, conquistando a cidade alguns anos depois. Conseguiu expandir o islamismo pela Península Arábica, falecendo no auge do poder, em 632.

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Resumo sobre Maomé

  • Maomé foi o grande profeta do islamismo, religião que surgiu no século VII.

  • Os muçulmanos preferem que o profeta seja chamado de Muhammad.

  • Tornou-se comerciante por influência de seu tio.

  • Casou-se mais de 10 vezes, e sua primeira esposa foi Khadija.

  • Recebeu a revelação do anjo Gabriel por volta de 610.

  • Fugiu de Meca para Medina em 622, retornando, anos depois, para conquistar a cidade.

Biografia de Maomé

Nascimento e juventude de Maomé

Maomé ou Muhammad, como preferem os muçulmanos, nasceu na cidade de Meca, localizada na atual Arábia Saudita, em 570. A tradição muçulmana afirma que seu nascimento teria acontecido no terceiro mês do calendário islâmico, Rabi al-Awwal, que corresponderia, aproximadamente, ao mês de abril em 570.

Maomé (Muhammad) era do clã dos haxemitas, parte da tribo dos coraixitas. Sua tribo era a mais numerosa da cidade de Meca, tendo um papel muito importante na conservação de um lugar sagrado na Arábia antes do islamismo — a Caaba. Aqueles que peregrinavam a Meca para visitar a Caaba também eram protegidos pela tribo de que Maomé fazia parte.

Maomé (Muhammad) era filho de Adb-Allah ibn Abd al-Muttalib, mas nunca conheceu seu pai porque este falecera antes do nascimento do filho. Sua mãe se chamava Amina bint Wahab e faleceu quando seu filho tinha apenas seis anos de idade.

O jovem Maomé (Muhammad) passou a ser criado pelo avó paterno, Abdul Mutalib, mas este faleceu quando o neto tinha apenas oito anos. Depois disso, ele se tornou responsabilidade de Abu Tali, seu tio. Foi por influência do tio, Maomé aprendeu sua profissão, tornando-se um dos mais honestos comerciantes de Meca.

Vida pessoal e casamentos de Maomé

Como comerciante, Maomé (Muhammad) participava de caravanas que saíam da Península Arábica e iam até a Síria. Ele era conhecido por sua honestidade, transmitindo uma confiança enorme no ramo que atuava. Essa fama fez com que ele conhecesse Khadija, viúva e dona de negócios lucrativos.

Khadija contratou Maomé para trabalhar para ela, e, depois que ele executou os serviços, recebeu uma proposta de casamento. Acredita-se que ele tinha cerca de 25 anos de idade, enquanto Khadija teria por volta de 40 anos. Maomé aceitou o pedido de casamento, e, junto de Khadija, tiveram seis filhos.

No total, Maomé teve 13 esposas, chamadas:

  • Khadija

  • Sawda

  • Aisha

  • Hafsah

  • Zaynab bint Khuzayma

  • Umm Salama

  • Zaynab bint Jahsh

  • Juwayriyya

  • Rayhana

  • Safiyya

  • Maymuna

  • Mariyya

Trajetória de Maomé como profeta do islamismo

Revelação de Maomé

A tradição islâmica afirma que a trajetória de Maomé como profeta teria se iniciado por volta de 610. O profeta tinha o costume de se retirar ao deserto para realizar orações e meditações. Em determinada ocasião, ele foi para uma gruta no Monte Jabl al-Mour e lá viveu uma experiência sobrenatural que ficou conhecida como Noite do Destino.

Ele teve uma visão do arcanjo Gabriel, e, em um primeiro momento, ficou temeroso a respeito do que via, mas então ouviu a ordem do anjo para que ele recitasse um texto sagrado. Maomé recitou o texto, mesmo sem nunca tê-lo lido ou ouvido na vida. O evento o deixou assustado, e, depois de consultar um sacerdote religioso, teve esclarecimento do que havia acontecido.

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Maomé voltou a ter episódios com as visões somente em 613, e isso fez com que ele iniciasse as pregações por Meca. Ele e algumas pessoas próximas se converteram à mensagem de Alá.

Rejeição de Maomé

As pregações de Maomé por Meca não foram muito bem-aceitas pela população, sobretudo pelos comerciantes da cidade. Isso porque Meca era um local de peregrinação que lucrava bastante com a chegada de peregrinos à cidade. O surgimento de uma nova fé poderia enfraquecer a peregrinação religiosa bem como o comércio local.

Maomé conseguiu, em um ritmo lento, converter algumas pessoas ao islamismo e conquistou seguidores. Suas pregações e as críticas que fazia aos deuses pagãos incomodavam os habitantes de Meca. Assim, Maomé e seus seguidores foram perseguidos de maneira violenta.

Muitos seguidores fugiram de Meca, e o próprio Maomé (Muhammad) passou a sofrer um intenso boicote que resultou na sua expulsão do clã dos haxemitas.

Fuga de Maomé para Medina (Hégira)

A expulsão de Maomé do clã, o que representava um grande risco à sua vida, fez com que ele abandonasse Meca, mudando-se para Medina, em 622. A fuga para Medina é um evento muito importante da história islâmica, sendo conhecida como Hégira.

Maomé se estabeleceu em Medina, cidade dominada por judeus que acreditavam que a presença do profeta na cidade poderia enfraquecer Meca. Esse evento também é considerado o marco que deu início ao calendário islâmico.

Rapidamente, após se estabelecer em Medina, Maomé tornou-se uma figura muito poderosa na cidade, conquistando muitos fiéis e usando esse poder para se voltar contra Meca.

Guerras e retorno de Maomé para Meca

Quando se estabeleceu como autoridade em Medina, Maomé organizou a cidade para que ela se lançasse em uma guerra contra Meca. As hostilidades se iniciaram com ataques de Medina a caravanas que saíam de Meca. Em 624, Meca decidiu atacar Medina no que ficou conhecido como Batalha de Badr. Nessa batalha, os soldados de Meca foram derrotados pelos de Medina.

Em 627, Meca uniu-se com outras tribos árabes e com os judeus expulsos por Maomé de Medina para atacar a cidade liderada pelo profeta novamente. Essa luta ficou conhecida como Batalha do Fosso, sendo marcada por 10 mil soldados que atacaram Medina, mas que foram novamente derrotados.

Em 629, um acordo de paz entre Medina e Meca foi assinado, mas foi rompido quando Meca atacou aliados de Medina. No ano seguinte, Medina formou um exército com milhares de soldados e partiu na direção de Meca para conquistar a cidade. Maomé entrou na cidade com facilidade, oferecendo anistia a todos que se convertessem ao islamismo.

Com a cidade de Meca conquistada, Maomé decidiu destruir todos os ídolos adorados nela. A Caaba seguiu sendo um local sagrado e de peregrinação, mas foi adaptada à fé islâmica.

Caaba, em Meca, um dos locais sagrados dos seguidores do islamismo.
Adaptada ao islamismo, a Caaba, em Meca, é um dos locais sagrados dos seguidores dessa religião.

Morte de Maomé

Depois de conquistar Meca, Maomé partiu em busca de expandir o islamismo por toda a Península Arábica. No entanto, no auge desse processo, o profeta faleceu por conta de uma doença em 8 de junho de 632. O poder foi transmitido para Abu Bakr, amigo do profeta. O islamismo se expandiria a partir daí na direção da Ásia, África e Europa.

Alcorão

O Alcorão é o livro sagrado do islamismo e é entendido dentro dessa religião como a mensagem do próprio Alá para a humanidade. Essa mensagem foi revelada ao profeta Maomé por 22 anos, sendo que a primeira revelação aconteceu durante a Noite do Destino. Para saber mais detalhes sobre o Alcorão, clique aqui.

Fontes

JOMIER, Jacques. Islamismo: história e doutrina. Rio de Janeiro: Vozes, 1992.

KHAN, Syed Muhammad. Prophet Muhammad. Disponível em: https://www.worldhistory.org/Prophet_Muhammad/

Por Daniel Neves Silva