Guerra do Vietnã

A Guerra do Vietnã foi motivada por questões ideológicas entre dois governos vietnamitas e contou com a participação direta dos Estados Unidos.
Museu em Hanói com as armas utilizadas na Guerra do Vietnã em exposição *
Museu em Hanói com as armas utilizadas na Guerra do Vietnã em exposição *
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A Guerra do Vietnã foi um conflito entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul, no período de 1959 a 1975. Esse conflito foi motivado por questões ideológicas e contou com a intensa participação do exército americano de 1965 a 1973. Estima-se que, nessa guerra, entre 1,5 milhão e 3 milhões de pessoas tenham morrido.

Antecedentes do conflito

A Guerra do Vietnã é considerada um desdobramento direto de outro conflito que havia acontecido no Vietnã de 1946 a 1954: a Guerra da Indochina. Nesse conflito, vietnamitas vinculados ao Vietminh haviam lutado contra as tropas franceses para colocar fim ao domínio colonial da França na região chamada Indochina Francesa.

O fim dessa guerra foi estabelecido na Conferência de Genebra, em 1954, que definiu ainda a independência do Vietnã em duas entidades com governos distintos. Assim, foram criados:

  • Vietnã do Norte: que era governado por Ho Chi Minh, tinha capital em Hanói e era aliado à União Soviética.

  • Vietnã do Sul: que era governado por Ngo Diem Dinh, sua capital era Saigon e era aliado aos Estados Unidos.

Durante essa conferência, também ficou acertado que a unificação do Vietnã aconteceria a partir dos resultados das eleições gerais de 1955. No entanto, o governo do Sul recusou-se a participar das eleições, alegando não acreditar na capacidade do governo do Norte em conduzir eleições livres. As tensões existentes entre as duas nações faziam parte do contexto de bipolarização da Guerra Fria.

O governo de Ho Chi Minh mantinha milhares de guerrilheiros infiltrados que realizavam atos de sabotagem no Vietnã do Sul. As tensões entre os lados aumentaram gradativamente no período de 1955 a 1959, e Ho Chi Minh, líder do Norte, convocou seus guerrilheiros para promover ataques contra o Vietnã do Sul. A Guerra do Vietnã foi iniciada sem uma declaração formal de guerra.

Os exércitos norte-vietnamitas eram compostos pelos guerrilheiros vinculados à Frente Nacional de Libertação, mais conhecidos como vietcongues, e por soldados regulares enviados pelo governo de Ho Chi Minh. Soldados regulares dos exércitos sul-vietnamitas e tropas americanas, auxiliadas por estrangeiros, compunham o outro exército.

Interferência americana

Lyndon Johnson assumiu a presidência em 1964 e aprovou a entrada dos EUA na Guerra do Vietnã em 1965 **
Lyndon Johnson assumiu a presidência em 1964 e aprovou a entrada dos EUA na Guerra do Vietnã em 1965 **

A guerra no Vietnã seguiu durante anos sem que os Estados Unidos participassem diretamente do conflito. Nos primeiros anos, o papel dos Estados Unidos no conflito foi o de fornecer armas e conselheiros militares, que faziam o treinamento dos exércitos sul-vietnamitas. No entanto, essa política americana alterou-se com Lyndon Johnson no poder. Ele assumiu a presidência depois do assassinato de John F. Kennedy, que aconteceu em novembro de 1963.

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Lyndon Johnson chegou à presidência americana em 1964 e, durante um ano, seu governo estudou as possibilidades de envolvimento direto na Guerra do Vietnã. A mudança na postura dos Estados Unidos deu-se por causa da insatisfação com a incapacidade do governo sul-vietnamita de combater as tropas comunistas.

A participação efetiva dos Estados Unidos no conflito ocorreu após o Incidente do Golfo de Tonquim, em agosto de 1964. Nesse incidente, a embarcação americana USS Maddox foi atacada duas vezes por torpedeiros norte-vietnamitas. Os ataques, nunca comprovados pela marinha americana, foram usados como pretexto para a aprovação de resoluções que permitiam o envio do exército americano para a guerra vietnamita.

Essa participação americana no Vietnã foi polêmica e foi marcada pela violência cometida contra civis em pequenas aldeias no interior do país. As tropas americanas usaram bombas incendiárias, como o napalm, e armas químicas, como o agente laranja, para destruir plantações e desfolhar as árvores de florestas, que eram usadas como esconderijo pelos vietcongues.

Por causa dessa extrema violência, o governo americano passou a ser alvo de grande pressão popular para a saída do conflito à medida que as imagens da guerra eram divulgadas e a quantidade de mortos no exército americano crescia. Os protestos pelo fim da participação americana na Guerra do Vietnã aconteceram principalmente com os movimentos de contracultura, que estavam em alta na época.

Essa pressão popular, aliada a anos em um conflito que parecia não ter fim, levou o presidente americano Richard Nixon a propor um cessar-fogo com as tropas norte-vietnamitas. A assinatura desse cessar-fogo deu fim à participação americana na guerra em 27 de janeiro de 1973. Em junho do mesmo ano, o senado americano aprovou ainda emenda proibindo novo envolvimento do país na guerra.

O governo do Vietnã do Sul, que a essa época era governado por Nguyen Van Thieu, ficou sem o apoio dos Estados Unidos e foi incapaz de conter os avanços dos exércitos comunistas do Norte. A cidade de Saigon foi conquistada e renomeada para Ho Chi Minh pelos comunistas em 1975. Com a derrota do governo sulista, o Vietnã foi reunificado sob um governo comunista a partir de 1976.

Acredita-se que, ao longo dos anos de conflito, pelo menos 1,5 milhão de pessoas tenham morrido e que esse número possa ter alcançado os 3 milhões de mortos. Os exércitos americanos acumularam 58 mil mortos durante os anos de envolvimento na guerra.

*Créditos da imagem: VanderWolf Images e Shutterstock
**Créditos da imagem: Neftali e Shutterstock

Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Por Daniel Neves Silva

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