Maximilien de Robespierre
Robespierre foi um líder da Revolução Francesa e é muito lembrado como membro dos jacobinos, partido que deu origem ao que chamamos de esquerda política.
Por Alexandre Fernandes Borges

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Maximilien de Robespierre foi um líder revolucionário francês que se destacou durante a famosa Revolução Francesa (1789-1799) como líder dos Jacobinos, partido que defendeu o fim da monarquia, a implantação de uma democracia radical e que deu origem ao que chamamos hoje de esquerda política.
Robespierre, à frente do Tribunal Revolucionário, liderou a implantação de um período chamado de Terror, marcado por execuções públicas de uma série de grupos de opositores nas temíveis guilhotinas. Além disso, ele é lembrado pelo seu idealismo, sua devoção pelos ideais iluministas, e sua defesa de uma educação pública universal e de políticas de acesso à alimentação por parte da população carente.
Robespierre representava, portanto, as contradições do que foi a Revolução Francesa, ao mesmo tempo terrível, por um lado, e idealista e modernizante, por outro.
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Resumo sobre Robespierre
- Maximilien de Robespierre foi um dos principais líderes da Revolução Francesa, uma das principais lideranças dos Jacobinos, opositores dos Girondinos.
- Robespierre era um adepto apaixonado das ideias do iluminismo, especialmente das ideias do filósofo Jean-Jacques Rousseau. Defendia uma democracia radical, a proclamação da república, o sufrágio universal masculino, a reforma agrária e o tabelamento dos preços dos alimentos.
- Robespierre foi um personagem central da Revolução Francesa (1789-1799), especialmente na segunda fase dela (1792-1794), comandando o Tribunal Revolucionário e uma série de condenações de opositores no período chamado de Terror.
- Robespierre morreu guilhotinado em 28 de julho de 1794, condenado pelas lideranças revolucionárias da Convenção. O Terror criou um clima de tensão que o isolou politicamente. Após o guilhotinamento de Danton, o mais carismático líder jacobino, Robespierre se viu politicamente isolado e, logo em seguida, seria morto da mesma forma.
- Robespierre é um personagem controverso. Poucos nomes são tão lembrados e carregam tanto peso simbólico quanto o dele, tanto para se elogiar quanto para se criticar. Para uns, ele foi o arauto da liberdade e dos ideais iluministas, para outros ele foi o arauto do Terror e do desrespeito aos Direitos Humanos.
Quem foi Robespierre?
Maximilien de Robespierre foi um dos principais líderes da Revolução Francesa, o célebre movimento de inspiração iluminista que durou de 1789 a 1799 e deu fim à monarquia absolutista na França.
Ele foi uma das principais lideranças dos Jacobinos, partido que defendia uma democracia radical, com educação pública universal e controle dos preços dos alimentos, para que os pobres pudessem ter acesso; reforma agrária; e abolição dos privilégios da Igreja. Esse partido deu origem ao que entendemos hoje por esquerda política.
Robespierre e seus correligionários jacobinos eram opositores ferrenhos dos chamados Girondinos, ancestrais dos liberais políticos de hoje e que defendiam interesses mais identificados com a burguesia. Eram opositores ainda mais ferrenhos dos chamados reacionários, que eram monarquistas que defendiam a volta do absolutismo, das instituições do Antigo Regime e eram contra os ideais iluministas e revolucionários. Muitos dos reacionários, odiados pelos jacobinos (e por Robespierre), eram nobres, padres, bispos ou pessoas ligadas à nobreza e à Igreja.
No entanto, Robespierre é mais lembrado pela sua atuação à frente do temível Tribunal Revolucionário, marcado por uma série de execuções públicas de grupos de opositores nas terríveis guilhotinas num período que ficou conhecido como Terror.
Lembrado, portanto, como herói dos ideais iluministas e revolucionários por um lado, e como tirano dos opositores por outro, Robespierre encerrou em si as contradições da própria Revolução Francesa. Para o historiador Simon Schama, ele não desvirtuou a revolução, ele foi sua consequência lógica: a moralidade idealista elevada ao extremo, em que a política se transforma em ritual de purificação e a guilhotina, em instrumento de redenção.
Em sua busca pela regeneração da sociedade francesa, ele trocou, muitas vezes, o diálogo pela violência em busca do que considerava o bem comum, e foi esse zelo moral absoluto um tanto mórbido que o levou a transformar justiça em punição, suspeita em sentença e aliados em inimigos.
O que Robespierre defendia?
Antes da revolução, Robespierre atuou como advogado e foi um estudioso profundo e dedicado dos autores do iluminismo, principalmente de Jean-Jacques Rousseau, com quem mais se identificava.
Rousseau era o mais radicalmente democrático dos grandes filósofos iluministas: defendia a proclamação da república (abolição da monarquia), a criação de uma sociedade igualitária e coletivista, e se afastava das ideias mais individualistas e identificadas com a burguesia dos outros autores iluministas, como Voltaire e Montesquieu.
Robespierre, imbuído dos ideais rousseaunianos, defendia um rompimento total com o chamado Antigo Regime, a forma de organização política e social da França antes da revolução e que era marcada pela monarquia absolutista, pela sociedade estamental, pelos privilégios de nascimento e pela união entre Estado e Igreja. Defendia, portanto, a superação da monarquia por meio da proclamação de uma república que retirasse as distinções entre nobres e plebeus e abolisse os privilégios a Igreja.
Além disso, defendia medidas que favorecessem as camadas populares e a construção de uma igualdade não apenas formal/legal (chamada de isonomia), mas também uma igualdade material. Isso por meio de políticas como o tabelamento dos preços dos alimentos essenciais, como o trigo; a construção de uma rede pública e gratuita de educação para as crianças; o sufrágio universal masculino; a reforma agrária; e a abolição da escravidão nas colônias.
Todas essas ideias o diferenciavam não somente dos reacionários, que queriam a volta da monarquia absolutista, mas também dos liberais girondinos. Em sua visão, uma verdadeira república democrática não deveria se sustentar apenas em leis e instituições, como defendiam os iluministas mais moderados de matriz liberal. Para ele, a república precisaria estar enraizada no caráter moral dos cidadãos. A materialização dos ideais democráticos dependia, para ele, de um povo virtuoso, comprometido eticamente com o sacrifício pessoal em prol da coletividade (do “bem comum”) e de uma vigilância constante contra a corrupção e o egoísmo.
Mas como realizar esses altos ideais em um contexto histórico de caos econômico, político e social e em meio a uma série de terríveis invasões estrangeiras que a França revolucionária vivia então? É nesse contexto que Robespierre vai mostrar seu lado mais polêmico e sombrio ao fazer uso ostensivo da força, até mesmo da força extrema, que via como um mal necessário para salvar a revolução do colapso e possibilitar que ela continuasse seu curso.
A temível guilhotina mostrou-se então protagonista de um processo que ele via como justiça pacificadora num período que ficou conhecido como o Terror. Ele era um líder político que acreditava compreender profundamente a verdadeira vontade do povo e qualquer voz dissonante, nesse momento de grande tensão, poderia ser compreendida por ele como traição, e uma fala crítica de um aliado poderia facilmente fazer com que esse fosse convertido em um “inimigo da revolução”.
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Robespierre e a Revolução Francesa
Para esclarecer o papel de Robespierre na Revolução Francesa, vamos relembrar brevemente as três fases que dividem essa revolução para que então possamos entender como se insere nosso personagem histórico nesse contexto.
A Revolução Francesa é geralmente dividida em três fases:
- Primeira fase (1789-1792): fase mais moderada, que instituiu uma monarquia constitucional, com o predomínio dos liberais, que procuravam limitar os poderes do rei, mas não avançar em pautas mais populares, como a reforma agrária, proclamação da república ou redistribuição de renda.
- Segunda fase (1792-1794): a mais lembrada delas e foi marcada pela radicalização dos ideais revolucionários, com a ascensão dos jacobinos (grupo de Robespierre) ao poder; pela proclamação da república; pela morte do rei da guilhotina; e pela implantação do Terror. Foi nessa segunda fase que houve a liderança e a atuação mais decisiva de Robespierre, por mais que ele já participasse como deputado desde o início da primeira fase, só que de forma mais discreta.
- Terceira e última fase (1795-1799): iniciou-se com a queda (e execução na guilhotina) de Robespierre, na chamada Reação Termidoriana. Foi o fim do governo liderado pelos jacobinos, então substituídos por lideranças mais moderadas ou menos comprometidas com os ideais revolucionários, o que marcou o governo do Diretório, que comandou o país nesse período. Por um lado, houve o fim do período do Terror e, nesse sentido, uma retração da atuação opressiva do Estado revolucionário. Por outro lado, esse período foi marcado pela corrupção e pela inépcia administrativa, o que gerou crescente insatisfação popular e daria ensejo à ascensão de uma ditadura militar comandada pelo general Napoleão Bonaparte, que finalizaria revolução, em 1799, por meio do Golpe do 18 Brumário.
Agora que já entendemos que Robespierre esteve inserido na segunda fase da revolução, podemos falar com mais detalhes de sua ascensão, suas principais ações e sua queda.
Sua ascensão ao poder se deu gradualmente, mas principalmente a partir de um marco, que foi agosto de 1792, com a tomada do Palácio de Tulherias (o palácio real de Paris) e a prisão do rei Luís XVI. Então a monarquia foi oficialmente abolida na França e um novo governo republicano foi formado para governar o país. Foi justamente o início da segunda fase da revolução.
A princípio, essa república era governada com padrões de um governo parlamentarista liberal típico: um Parlamento assumiu o topo do poder político, sustentado por uma Constituição promulgada, e era chamado de Convenção Nacional.
Eleita por sufrágio universal masculino, a Convenção era marcada por disputas partidárias entre os Jacobinos de um lado, a “esquerda”, partido em que uma das principais lideranças era Robespierre, e os Girondinos do outro lado, seus rivais, a direita liberal. No meio desses dois partidos, havia uma maioria de deputados mais fisiológicos e sem filiações ideológicas claras e que eram disputados (e desprezados) pelos dois partidos, o chamado “Pântano” ou “Planície”.
No entanto, com o agravamento das ameaças externas (invasões estrangeiras) e internas (rebeliões contrarrevolucionárias), a Convenção Nacional formou o chamado Comitê de Salvação Pública em abril de 1793, um órgão idealizado, a princípio, para dar respostas rápidas aos perigos que ameaçavam a revolução.
Dotado de poderes imensos e dominado pelos jacobinos, esse Comitê, na prática, assumiu o controle do Estado. Os jacobinos assumiram então o poder, enquanto os girondinos passaram a ser alvo de intensa perseguição política, e muitos acabaram mortos nas guilhotinas acusados de traição à revolução.
A perseguição aos inimigos (reais ou imaginários) da revolução se deu a partir da criação pelo Comitê de um órgão que ficou marcado pelo sangue que derramou ao longo do ano que se seguiu: o Tribunal Revolucionário. Robespierre assumiu posição de destaque nesse tribunal que levou milhares de pessoas a julgamento e condenação à morte em processos sumários. Não por acaso, esse período sombrio da revolução ficou para história com o nome de Terror.
Como Robespierre morreu
Robespierre morreu guilhotinado em 28 de julho de 1794, condenado pelas lideranças revolucionárias da Convenção que haviam conseguido sobreviver ao clima conspiratório e paranoico que tomou conta desse período. Mas, para entender como Robespierre, de principal líder da revolução, se tornou ele mesmo vítima da temível guilhotina, é preciso compreendermos como o ambiente do poder foi se modificando ao longo desse período.
Todas as mortes e perseguições do período do Terror fomentaram uma oposição cada vez maior da população ao governo jacobino, especialmente à figura de Robespierre, que então personificava o Tribunal Revolucionário e a ação frenética das guilhotinas.
Dentro do próprio partido jacobino, as controvérsias se intensificaram, especialmente após a morte do jornalista Marat, morto por Charlotte Corday, uma jovem girondina, o que acirrou ainda mais os ânimos na liderança jacobina.
Os dois principais líderes jacobinos eram então Danton e Robespierre. O clima de tensão interna, com o Terror prosseguindo e a rejeição popular aumentando, colocou essas duas lideranças em rota de colisão. Unidos inicialmente pela causa comum da revolução, o que começou como uma aliança política se transformou por fim em um confronto mortal.
Danton era possivelmente o mais carismático e popular dos líderes revolucionários e possuía uma inclinação menos idealista e mais pragmática, mais disposto a negociar e moderar excessos em nome da estabilidade política. Danton agora defendia que o Tribunal Revolucionário, cuja instalação apoiou inicialmente, bem como o Terror já haviam cumprido seu papel de resguardar a revolução e que agora o foco deveria ser aplacar os ânimos e retornar à normalidade institucional da Convenção Nacional.

Já Robespierre, ao contrário, personificava então a rigidez moral, era um idealista fanático que acreditava que a revolução deveria ser guiada por uma virtude absoluta, sem concessões. A violência para ele era um preço a ser pago. Para ele, ceder seria abrir espaço para a volta da corrupção e da monarquia.
Dessa tensão crescente entre essas duas lideranças, o ápice se deu em março de 1794, quando Danton foi acusado de corrupção e conspiração contra a revolução pelo Tribunal Revolucionário, ação costurada e apoiada por Robespierre.
Em processo sumário, como era de costume nesse tribunal, o mais carismático líder revolucionário foi condenado e guilhotinado em 5 de abril de 1794. Tal como Cronos, o titã grego, a revolução devorava seus filhos, e a morte de Danton selou o destino de Robespierre e da revolução. Apenas cerca de três meses depois, no dia 28 de julho, o cerco se fechou contra Robespierre e seus aliados, e agora seria sua vez de provar do gosto amargo da guilhotina.
Por que Robespierre foi executado?
Robespierre foi executado após ser condenado pela Convenção Nacional, a instância superior do poder revolucionário de então. Mas isso foi o ponto culminante de um processo de isolamento crescente desse líder no contexto do Terror, que criou um clima de morte, medo e perseguição generalizado que afetou profundamente a população francesa e acabou fazendo com que ela se voltasse contra os líderes que antes havia apoiado, especialmente Robespierre, que, à frente do Tribunal Revolucionário, personificou todo esse pânico do período do Terror. As contínuas execuções e as acusações vagas e ameaçadoras de Robespierre contra supostos traidores foram angariando ampla oposição a ele dentro da Convenção, o que culminou na sua condenação.
Após a execução de Robespierre, data conhecida como golpe do 9 Termidor (dia e mês no calendário revolucionário), a França entrou numa nova fase da revolução, a terceira e última, conhecida por Reação Termidoriana (1794-1799), marcada pelo fim do Terror e declínio dos jacobinos, mas também por corrupção governamental e inépcia administrativa, o que precipitaria a ascensão de uma ditadura militar comandada pelo general Napoleão Bonaparte, que poria fim à revolução.

Qual a importância de Robespierre?
Falar da importância bem como do legado de Robespierre é fazer um balanço de um personagem controverso. Poucos nomes são tão lembrados e carregam tanto peso simbólico quanto o dele. Lembrado para se elogiar tanto quanto para se criticar, para uns ele foi o arauto da liberdade e dos ideais rousseaunianos, para outros ele foi o arauto do Terror e do desrespeito aos Direitos Humanos. Segundo o filósofo Marcel Gauchet, Robespierre não foi apenas um personagem na revolução, ele foi a própria revolução em seu ponto de máxima tensão e contradição.
Robespierre não apareceu por acaso no turbilhão da revolução, ele emergiu diretamente de suas demandas e contradições. Ele encarnou, por certo tempo, as ambições idealistas mais elevadas dos jacobinos. Tais ambições podem ser resumidas em: transformar profundamente aquela sociedade injusta e perniciosa legada pela monarquia absolutista francesa abolindo os privilégios de nascimento e instaurando um novo regime regido pela razão, pela igualdade material (não apenas formal) entre os cidadãos e por uma ética pública imaculada.
Mas, como alerta Gauchet, Robespierre não desapareceu ao ser guilhotinado. Ele se tornou um fantasma que ainda ronda as democracias modernas, uma figura que nos obriga a pensar sobre os limites entre ética e poder, entre princípios e pragmatismo, entre sonho revolucionário e realidade política.
Qual o legado de Robespierre?
Para o historiador Simon Schama, Robespierre é o retrato do revolucionário que fez da virtude idealista uma doutrina e da guilhotina uma espécie de teologia política. Ele não foi, para Schama, uma aberração ou alguém que traiu os ideais revolucionários, pelo contrário: ele foi a expressão mais coerente (e perigosa) do espírito revolucionário. Um espírito que trocou o diálogo pelo dogma, a política pelo moralismo e a justiça pelo castigo.
A revolução não foi corrompida por Robespierre, ela o criou. Criou porque precisava de um símbolo de rigor idealista, porque, ao combater reis, aristocratas e bispos, passou a exigir fortes inimigos internos para manter acesa sua chama. E Robespierre, com suas convicções apaixonadas, se ofereceu para esse papel, encenando uma espécie de profeta e executor de uma nova religião cívica.
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Exercícios sobre Robespierre
Questão 1
(Enem)
Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada, in: PERROT, M. (Org). História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol.4. São Paulo: Companhia das Letras,1991(adaptado).
O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?
A) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante.
B) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.
C) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França internamente.
D) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com os intelectuais iluministas, desejava extinguir o absolutismo francês.
E) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça social e direitos políticos.
Gabarito: E. Robespierre, líder jacobino, era muito ligado aos anseios dos plebeus, especialmente das camadas populares, mas também da pequena e média burguesia, que desejavam abolir os privilégios dos nobres e do clero.
Questão 2
(Fuvest - 2022)
Qualquer outro projeto político, avaliado como insuficiente para as extremas necessidades do momento, devia ser violentamente combatido em nome da Revolução. Robespierre assume completamente essa atitude, concebendo suas ideias e suas práticas políticas específicas, como a ‘salvação pública’, como as únicas ideias e práticas que correspondiam aos interesses universais do povo, da pátria, da revolução.
GRESPAN, J. Revolução Francesa e iluminismo. São Paulo: Contexto, 2003, p. 95.
Com base no texto e no contexto da Revolução Francesa, é correto afirmar que
A) o governo do Diretório correspondeu à ascensão dos sans-cullotes ao poder e ao recrudescimento da repressão contra os opositores da revolução.
B) logo que a revolução eclodiu foi instaurado um governo republicano liderado pelos jacobinos, setor mais radical do movimento.
C) o governo republicano da Convenção visava à continuidade do processo revolucionário por meio da perseguição aos opositores da revolução.
D) com a queda dos jacobinos a monarquia foi restaurada, mas passou a ser constitucional, aos moldes ingleses.
E) a Convenção foi responsável pela instituição do voto censitário e pela restauração da escravidão nas colônias francesas, abolida no início da revolução.
Gabarito: C. A Convenção Nacional foi o Parlamento que comandava o país e os rumos da revolução em sua segunda fase, aquela republicana, mais radical e que é muito lembrada pelo Terror, isto é, a perseguição e execução nas guilhotinas daqueles que eram considerados pelo Tribunal Revolucionário (órgão submetido à Convenção) como inimigos da revolução.
Fontes
SCHAMA, Simon. Cidadãos: uma crônica da Revolução Francesa. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
FRELLER, Felipe; NICOLETE, Roberta Soromenho. Robespierre, uma biografia da Revolução Francesa. Topoi, Rio de Janeiro, v. 21, n. 43, p. 274–293, maio/ago. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/topoi/a/kKcHj8zg7ktqvgYRff8Fycf/.