Guerra da Independência do Brasil

A Guerra da Independência do Brasil foi o conjunto de conflitos que ocorreram no território brasileiro entre 1822 e 1824. Esses conflitos aconteceram nas seguintes províncias: Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina (atual Uruguai). Foram motivados pela resistência de portugueses no Brasil à independência brasileira.

O governo brasileiro precisou intervir diretamente nessas regiões, que se mantiveram leais a Portugal, formando tropas em caráter emergencial. Ao final desse período, todos os movimentos leais a Portugal foram derrotados, consolidando nossa independência e impedindo que o território brasileiro fosse fragmentado.

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Resumo sobre a Guerra da Independência do Brasil

• A Guerra da Independência do Brasil corresponde aos conflitos que aconteceram aqui por conta da independência brasileira.

• O Brasil conquistou sua independência em 1822, com o anúncio de d. Pedro I.

• As regiões que se mantiveram leais a Portugal e foram palco de conflitos foram Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina (atual Uruguai).

• O Brasil precisou formar tropas militares às pressas para lutar contra esses movimentos.

• No final, todas as províncias foram reintegradas ao território brasileiro.

O que foi a Guerra da Independência do Brasil?

A Guerra da Independência do Brasil foi o conjunto de conflitos travados no território brasileiro entre 1822 e 1824 por ocasião da independência do Brasil. Esses conflitos se iniciaram logo após a declaração de independência do Brasil, em 1822, sendo consequência da resistência lusa ao processo de separação do Brasil.

O conflito se deu porque alguns governantes e tropas estabelecidas no Brasil não reconheceram a independência, mantendo-se leais a Portugal. Assim, conflitos se iniciaram e se espalharam por regiões do território brasileiro como Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina (atual Uruguai).

Contexto histórico da Guerra da Independência do Brasil

A Guerra da Independência do Brasil teve relação direta com a Independência do Brasil, evento esse que teve forte ligação com as transformações que o Brasil sofria durante o Período Joanino. Esse período se iniciou em 1808, quando a família real portuguesa, a mando de d. João, decidiu se mudar para o Brasil.

Essa mudança foi motivada pela invasão que Portugal sofreu das tropas francesas por não ter aderido ao Bloqueio Continental, no contexto das guerras napoleônicas. A família real portuguesa veio ao Brasil com auxílio dos britânicos, e sua presença aqui marcou um período de muitas mudanças para o Brasil.

Durante o Período Joanino, o Brasil passou por uma grande modernização. O país teve os seus portos abertos às nações amigas de Portugal, para permitir que mercadorias de qualidade pudessem entrar no país. Essa medida também estabeleceu o fim do exclusivo colonial, permitindo que a economia brasileira prosperasse.

Houve um forte incentivo ao desenvolvimento artístico e cultural no Brasil e o país ganhou mais autonomia em relação a Portugal, alcançando o status de reino e deixando de ser visto, pelo menos teoricamente, como colônia. As mudanças em curso no Brasil agradaram bastante às elites locais, mas não agradaram às portuguesas.

As elites portuguesas estavam insatisfeitas com a abertura do Brasil e quiseram recolonizar o território. Essa intenção foi manifestada pela burguesia portuguesa nas Cortes Gerais, instituição que surgiu em 1820, com o início da Revolução Liberal do Porto. Evidentemente, essa medida era impopular aqui, assim como a exigência lusa de que d. João VI retornasse para Lisboa.

Essa tensão fez com que um afastamento entre Brasil e Portugal fosse se estabelecendo progressivamente. À medida que o desentendimento se ampliou e ficou claro que os portugueses não pretendiam recuar, um movimento pela independência começou a ganhar força. Esse movimento, encabeçado pela elite, viu em Pedro de Alcântara, filho do rei de Portugal, o seu líder.

Pedro de Alcântara foi deixado no Brasil como regente, depois que d. João VI retornou para Portugal, e acabou alçado à posição de chefe desse processo de independência. Após uma hesitação inicial, ele assumiu a função a partir de 1822. A intransigência portuguesa fez com que Pedro de Alcântara proclamasse a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822.

Causas da Guerra da Independência do Brasil

A Guerra da Independência do Brasil foi um conflito diretamente motivado pela declaração de independência do Brasil. As autoridades portuguesas não reconheceram de imediato a independência brasileira e muitos portugueses que residiam aqui não concordavam com a separação.

Isso fez com que alguns governantes provinciais nomeados por Portugal e parte das tropas militares optassem por se manter leais à metrópole. Isso reforçou a divisão entre brasileiros e portugueses, levando ao início de um conflito, pois os líderes do movimento de independência não queriam que o território brasileiro se fragmentasse.

Com isso, para garantir a unidade do território nacional, era necessário derrotar militarmente as forças leais a Portugal. Reforça-se que as batalhas da Guerra da Independência do Brasil aconteceram exatamente nos locais que decidiram manter-se leais à metrópole: Grão-Pará, Bahia, Maranhão, Piauí e Cisplatina.

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Acontecimentos marcantes da Guerra da Independência do Brasil

Por conta da resistência portuguesa à independência no interior do Brasil, o então formado governo brasileiro precisou agir em caráter de urgência para garantir que houvesse condições de luta contra os movimentos rebeldes. A primeira coisa necessária era formar um Exército para garantir a defesa da Independência do Brasil.

Com isso, o governo adquiriu armas, navios e contratou estrangeiros para lutar como mercenários. As batalhas da Guerra da Independência do Brasil aconteceram entre 1822 a 1824, sendo travadas isoladamente em cada região onde houve resistência portuguesa. Vejamos cada caso:

• Bahia

A Bahia tinha uma população que, em grande parte, apoiava o movimento de independência, mas a região foi mantida leal a Portugal porque suas autoridades decidiram assim. Madeira de Melo foi a figura que manteve a Bahia leal a Portugal, liderando as forças contra o movimento de independência.

Confrontos entre forças pró e contra a independência se iniciaram em Salvador e a repressão portuguesa fez com que muitos fugissem para a região do Recôncavo e de lá organizassem um movimento de resistência para retomar Salvador e fazer a Bahia aderir à independência. As tropas em defesa da independência eram defendidas por Pedro Labaut e conseguiram conquistar Salvador em 2 de julho de 1823.

• Piauí e Maranhão

Quando a independência foi anunciada, o Piauí manteve-se leal a Portugal por decisão de João José da Cunha Fidié, o governador da província. A lealdade de Fidié a Portugal fez surgir um movimento de resistência no Piauí para garantir que a província aderisse à Independência do Brasil. Duas cidades foram muito importantes nesse movimento: Oeiras e Parnaíba.

A resistência no Piauí fez com que uma das maiores batalhas desse conflito ocorresse: a Batalha do Jenipapo, travada em 13 de março de 1823. Os portugueses saíram vitoriosos dessa batalha, mas a resistência pela independência espalhou-se pelo Maranhão, pressionando Fidié. Ele então se rendeu quando a cidade de São Luís foi atacada por tropas lideradas por Lorde Cochrane, em 28 de julho de 1823.

• Grão-Pará

A elite do Grão-Pará, formada por proprietários de terra e comerciantes, se dividiu quando a independência aconteceu, com alguns apoiando o movimento e outros se mantendo leais a Portugal. Essa divisão levou a alguns conflitos no local até que, em agosto de 1823, uma esquadra foi enviada para a região, por ordem de d. Pedro I, para reconhecer a Independência do Brasil. A província se rendeu, reconhecendo a independência em 15 de agosto de 1823.

• Cisplatina

A Cisplatina era a província mais meridional do Brasil, sendo mantida leal a Portugal por Álvaro da Costa, governador das armas na província. Com isso, um movimento de resistência surgiu sob a liderança de Frederico Lecor. A cidade de Montevidéu foi colocada sob cerco, sendo conquistada em 8 de março de 1824, encerrando o movimento de lealdade a Portugal na região.

Consequências da Guerra da Independência do Brasil

A Guerra da Independência do Brasil foi fundamental no processo de consolidação do movimento de independência, além de ter garantido que não houvesse fragmentação do território brasileiro, com exceção da Cisplatina, que deixou de ser território brasileiro pouco tempo depois, em 1828.

A Guerra da Independência do Brasil ainda foi responsável por endividar o Brasil, que foi obrigado a recorrer a empréstimos ingleses para arcar com as despesas dessa guerra. Por fim, as vitórias brasileiras permitiram ao governo intensificar as negociações para o reconhecimento internacional da independência brasileira.

Exercícios sobre Guerra da Independência do Brasil

Questão 01

A respeito da Guerra da Independência do Brasil, selecione a alternativa verdadeira:

a) O Brasil tinha tropas preparadas e prontas para lutar contra os portugueses no conflito.

b) A província da Cisplatina conseguiu sua separação do Brasil na Guerra da Independência.

c) Maria Quitéria foi uma das figuras mais destacadas no contexto da Guerra da Independência do Brasil.

d) A província da Bahia apoiou o movimento de independência, não havendo conflitos lá.

e) As batalhas da Guerra da Independência do Brasil só se encerram em 1828, com o Brasil sendo derrotado na Cisplatina.

Resposta: Letra C

De fato, Maria Quitéria foi uma figura destacada da Guerra da Independência do Brasil, atuando na luta pela Independência da Bahia. Ela ficou conhecida por abandonar seu marido, vestir-se com roupas masculinas e aderir ao Exército para fazer parte da luta pela Independência do Brasil. Isso fê-la ser considerada uma das grandes heroínas da história brasileira.

Questão 02

A Independência do Brasil foi um processo que foi acelerado com a presença da família real portuguesa aqui, um período conhecido como:

a) Pré-Colonial

b) Pombalino

c) Imperial

d) Joanino

e) Lusitano

Resposta: Letra D

A família real portuguesa mudou-se para o Brasil em 1808 por ordem de d. João VI, então regente e futuro rei de Portugal. A mudança ocorreu porque Portugal tinha sido invadido pelas tropas francesas. Esse período se estendeu de 1808, quando a família chegou ao Brasil, até 1822, quando aconteceu a Independência do Brasil.

Fontes

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

VALIM, Patrícia. Maria Quitéria vai à guerra. In.: FIGUEIREDO, Luciano (org.). História do Brasil para ocupados: os mais importantes historiadores apresentam de um jeito original os episódios decisivos e os personagens fascinantes que fizeram o nosso país. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013, pp. 393-398.

ELIAS, Alice. Dia da Independência da Bahia. Disponível em: https://www.fflch.usp.br/33588