Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur ocorreu em 1973, entre Israel e nações árabes, motivada por disputas territoriais. O conflito começou no Yom Kippur, o dia mais sagrado para os judeus.
A Guerra do Yom Kippur teve início com um ataque surpresa. Soldados egípcios cruzaram a fronteira para invadir Israel.
A Guerra do Yom Kippur teve início com um ataque surpresa. Soldados egípcios cruzaram a fronteira para invadir Israel.
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A Guerra do Yom Kippur ocorreu em 1973, entre Israel e nações árabes lideradas pelo Egito e Síria. Yom Kippur significa “Dia do Perdão” em hebraico, e é o dia mais sagrado do calendário judaico. As principais causas do conflito incluíram tensões territoriais, a ocupação de territórios árabes por Israel, e a falta de resolução.

Também conhecida como Guerra do Dia do Perdão, seus objetivos eram a recuperação árabe de territórios perdidos para Israel e a pressão sobre Israel para negociar. A Guerra do Yom Kippur terminou com um cessar-fogo em 1973, após combates intensos e intervenção diplomática. Suas consequências incluíram a retomada das negociações de paz, impacto na Guerra Fria e a continuação do conflito árabe-israelense, com questões não resolvidas persistindo na região.

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Resumo sobre Guerra do Yom Kippur

  • A Guerra do Yom Kippur foi um conflito de 1973, entre Israel e nações árabes lideradas pelo Egito e Síria.
  • Yom Kippur significa “Dia do Perdão” em hebraico, sendo o dia mais sagrado do calendário judaico.
  • As principais causas da Guerra do Yom Kippur incluíram tensões territoriais, a ocupação de territórios árabes por Israel e a falta de resolução do conflito.
  • Os objetivos da guerra eram a recuperação de territórios perdidos, pressionar Israel a negociar, e restaurar a dignidade árabe.
  • O conflito terminou com um cessar-fogo em 1973, após intensos combates e intervenção diplomática.
  • Suas consequências incluíram mudanças na percepção de força de Israel, retomada das negociações de paz, impacto na Guerra Fria e a continuação do conflito árabe-israelense.

Videoaula sobre Guerra do Yom Kippur

O que foi a Guerra do Yom Kippur?

A Guerra do Yom Kippur, também conhecida como Guerra do Dia do Perdão, foi um conflito militar que ocorreu em outubro de 1973, entre Israel e uma coalizão liderada pelo Egito e pela Síria. Esse conflito é um dos eventos mais significativos na história do conflito árabe-israelense e teve consequências duradouras para a região do Oriente Médio.

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O que significa a palavra Yom Kippur?

Yom Kippur é uma expressão em hebraico que se traduz como “Dia do Perdão”. É o dia mais sagrado do calendário judaico, ocorrendo no décimo dia do mês de Tishrei (setembro e outubro no calendário gregoriano). Nesse dia, os judeus praticam o jejum, a oração e a reflexão, buscando a expiação de seus pecados e a reconciliação com Deus. Yom Kippur é um dia de introspecção e perdão, marcado por um período de 25 horas de abstinência completa de comida, bebida, trabalho e outros prazeres terrenos.

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Principais causas da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur teve suas raízes em tensões profundamente enraizadas na região do Oriente Médio, resultantes do conflito árabe-israelense, que teve início com a criação do Estado de Israel, em 1948. Várias questões desempenharam papéis significativos nas causas do conflito, por exemplo:

  • Territórios ocupados: após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel havia conquistado territórios que anteriormente estavam sob controle árabe, incluindo a Península do Sinai, que pertencia ao Egito, e as Colinas de Golan, que eram da Síria. Essa ocupação criou tensões contínuas entre Israel, Egito e Síria, pois esses países desejavam recuperar essas áreas.
  • Falta de resolução dos conflitos anteriores: a Guerra dos Seis Dias resultou em uma vitória esmagadora de Israel, mas não houve resolução para o conflito. As Nações Unidas emitiram a Resolução 242, que pediu a retirada de Israel dos territórios ocupados, mas ela não foi completamente implementada. Isso levou a uma sensação de injustiça entre os países árabes e alimentou o desejo de recuperar as terras perdidas.
  • Questão dos refugiados palestinos: a questão dos refugiados palestinos era uma fonte constante de tensão. Os países árabes alegavam que Israel era responsável por criar o problema dos refugiados palestinos, enquanto Israel via isso como uma responsabilidade compartilhada e não estava disposto a permitir o retorno dos refugiados para dentro de suas fronteiras.
  • Pressão externa: tanto o Egito quanto a Síria estavam enfrentando pressões políticas e econômicas internas e externas para recuperar territórios perdidos. A União Soviética, que tinha interesses estratégicos no Oriente Médio, estava fornecendo apoio militar e político substancial a esses países, encorajando sua busca por uma solução militar.
  • Estratégia: a escolha de lançar a guerra em Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico, foi altamente simbólica. Os líderes árabes acreditavam que pegar Israel de surpresa nesse dia poderia trazer sucesso militar e ter um impacto psicológico sobre os israelenses.
Aviões egípcios sobrevoando o Sinai na Guerra do Yom Kippur.
Estrategicamente, os árabes atacaram Israel no Dia do Perdão, a fim de obter vantagem na guerra.

Objetivos da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur foi uma tentativa concertada por parte do Egito e da Síria de recuperar territórios perdidos para Israel durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Os principais objetivos dos dois países árabes eram os seguintes:

  • Recuperação dos territórios ocupados: Tanto o Egito quanto a Síria almejavam recuperar os territórios que haviam perdido para Israel em 1967. O Egito buscava a Península do Sinai, enquanto a Síria estava determinada a retomar as Colinas de Golan. Esses territórios eram de importância estratégica e simbólica para ambos os países.
  • Pressionar Israel a negociar: os líderes árabes esperavam que uma vitória militar inicial na Guerra do Yom Kippur pressionasse Israel a negociar e finalmente chegar a um acordo que levasse à retirada dos territórios ocupados.

Fim da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur começou no dia 6 de outubro de 1973, quando as forças egípcias e sírias lançaram ataques surpresa contra Israel. O conflito foi marcado por combates intensos e pesadas baixas de ambos os lados. O elemento surpresa, a determinação árabe e o apoio da União Soviética aos países árabes tornaram o início da guerra favorável aos atacantes.

No entanto, apesar de ser pego de surpresa, Israel conseguiu se reorganizar rapidamente e lançar contra-ataques. As forças israelenses foram capazes de recuperar terreno e até mesmo cruzar o Canal de Suez, no Egito, e avançar pelas Colinas de Golan, na Síria. A resposta israelense foi rápida em termos de estratégia militar.

Tanque israelense durante a Guerra do Yom Kippur.
As forças israelenses conseguiram recuperar o território invadido.[1]

O embate durou cerca de três semanas, e, durante esse tempo, houve uma escalada de combates em várias frentes. A União Soviética ameaçou intervir diretamente no conflito, o que elevou ainda mais a tensão global. Os Estados Unidos, liderados pelo secretário de Estado Henry Kissinger, desempenharam um papel crucial na mediação de um cessar-fogo.

Finalmente, um cessar-fogo foi acordado. A Resolução 338 das Nações Unidas, que pedia um cessar-fogo imediato e negociações de paz, foi aceita por ambas as partes. A guerra terminou oficialmente em 25 de outubro de 1973.

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Consequências da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur teve várias consequências importantes para a região do Oriente Médio e no cenário global. Algumas das principais delas incluíram:

  • Mudança nas percepções de força: a guerra alterou a percepção do poderio militar de Israel. Enquanto a Guerra dos Seis Dias havia estabelecido Israel como uma força militar dominante, a Guerra do Yom Kippur mostrou que Israel não era invulnerável e podia sofrer derrotas.
  • Danos materiais e humanos: a guerra causou devastação em termos de vidas perdidas e danos materiais. Houve um alto número de vítimas em ambos os lados, bem como um custo econômico significativo.
  • Retomada das negociações de paz: a guerra pressionou Israel a considerar a necessidade de negociações de paz com seus vizinhos árabes. Isso levou a uma série de conferências de paz, culminando nos Acordos de Camp David em 1978, que resultaram na devolução da Península do Sinai ao Egito em troca do reconhecimento oficial de Israel.
  • Reforço da política externa dos EUA: os Estados Unidos desempenharam um papel crucial na mediação do conflito e fortaleceram sua influência na região como resultado. Henry Kissinger, então secretário de Estado dos EUA, desempenhou um papel de destaque na negociação do cessar-fogo e subsequente negociação de paz.
  • Impacto na Guerra Fria: a Guerra do Yom Kippur teve implicações significativas na Guerra Fria, uma vez que os Estados Unidos e a União Soviética apoiavam lados opostos no conflito. A ameaça de intervenção direta soviética na guerra preocupou os Estados Unidos e influenciou suas ações na região.
  • Reforço da imagem de Sadat: o presidente egípcio Anwar Sadat emergiu da guerra como um líder carismático e corajoso no mundo árabe. Seu papel na guerra e sua subsequente busca da paz com Israel foram marcantes e lhe renderam respeito e admiração em muitos círculos internacionais.
  • Continuação do conflito árabe-israelense: embora tenha havido avanços nas negociações de paz após a Guerra do Yom Kippur, o conflito árabe-israelense não foi resolvido definitivamente. Questões como os refugiados palestinos, a soberania sobre Jerusalém e as fronteiras continuaram a ser fontes de tensão e conflito.

Exercícios resolvidos sobre a Guerra do Yom Kippur

1. A Guerra do Yom Kippur, ocorrida no Oriente Médio, foi um conflito marcado por profundas causas. No contexto das razões que levaram a esse conflito, qual fator se destacou como a principal fonte de tensão entre as nações envolvidas?

A) Disputas territoriais resultantes da ocupação de territórios árabes por Israel, após a Guerra dos Seis Dias.

B) Questões étnicas e religiosas.

C) Lutas por recursos naturais na região.

D) Rivalidades históricas entre as nações árabes.

E) Disputas comerciais e econômicas.

Resposta: A. A principal causa da Guerra do Yom Kippur foi a disputa territorial devido à ocupação de territórios árabes por Israel, que resultou da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Essa ocupação gerou tensões duradouras na região.

2. A Guerra do Yom Kippur, no Oriente Médio, teve implicações significativas que afetaram não apenas a região mas também o cenário global. Entre as várias consequências desse conflito, qual delas se destacou como um ponto de virada marcante?

A) Unificação dos países árabes em uma coalizão única.

B) O reconhecimento internacional imediato de Israel por todas as nações envolvidas.

C) A resolução definitiva do conflito árabe-israelense.

D) Mudanças na percepção da força de Israel, antes vista como invulnerável.

E) Redução significativa das tensões no Oriente Médio.

Resposta: D. Uma das principais consequências da Guerra do Yom Kippur foi a mudança na percepção da força de Israel, antes vista como invulnerável, influenciando significativamente o cenário geopolítico na região e além.

Créditos da imagem

[1]Wikimedia Commons

Fontes

GOODMAN, Martin. A História do Judaísmo. São Paulo: Crítica, 2020

GELVIN, James. Israel X Palestina: 100 anos de conflito. São Paulo: Edipro, 2017

Por Tiago Soares Campos