Périplo Africano foram as várias viagens dos portugueses a caminho das Índias contornando a África. Tais jornadas eram realizadas por grandes navegadores e suas tropas, que encontravam diversas dificuldades pelo caminho.
As expedições eram patrocinadas pela Coroa portuguesa, que tinha grande interesse nas especiarias indianas, a princípio, mas, depois, também interessou-se pelas riquezas encontradas em território africano, como metais preciosos, e, ainda, pela captura e pelo trabalho forçado de pessoas, constituindo a escravidão e, posteriormente, o tráfico negreiro. O Périplo teve grandes consequências, como o aumento das relações comercias de Portugal com as colônias.
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Resumo sobre o Périplo Africano
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O objetivo do Périplo Africano foi conseguir uma passagem para as Índias contornando a África.
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Ele foi realizado por navegadores portugueses importantes, como Vasco da Gama e Bartolomeu Dias.
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A Coroa portuguesa patrocinava as expedições, a princípio, em busca de especiarias. Depois, quando foram encontrados metais preciosos, estabeleceu o monopólio real nos locais descobertos.
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A atividade comercial e a escravidão têm relação com Périplo Africano porque foi por meio dessas jornadas que o continente africano foi sendo colonizado e as pessoas capturadas e aprisionadas para serem forçadas a trabalhar, sobretudo em outros continentes, como a América, por meio do tráfico negreiro.
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As feitorias eram fortes instalados nos locais por onde os colonizadores passavam e dominavam na costa da África. Funcionavam como instalações administrativas, comerciais, militares, alfandegárias e apoio a demais navegadores que cruzavam o caminho indo para outros lugares.
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O Cabo das Tormentas foi um dos lugares mais difíceis de se alcançar. Bartolomeu Dias foi o primeiro a ancorar nele, mas não o ultrapassou.
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Vasco da Gama foi o primeiro a passar pelo Cabo das Tormentas e, finalmente, chegar às Índias, objetivo inicial do Périplo Africano.
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As consequências do Périplo Africano foram várias. Entre elas, pode-se destacar a ampliação e dinamização de relações comerciais, a colonização, a escravidão, o enriquecimento da Coroa portuguesa e burguesia comercial, além do avanço de técnicas marítimas.
Objetivos do Périplo Africano
Périplo Africano foi a tática utilizada por Portugal, entre os séculos XV e XVI (período das chamadas Grandes Navegações e da expansão marítima europeia), com o objetivo de descobrir diferentes transações entre a Europa e a Índia. Para tal, os europeus teriam que encontrar novas rotas marítimas. Assim, pensaram em dar volta no sentido do sul da África para chegarem ao Oriente. Consequentemente, diversas viagens foram feitas seguindo esse caminho desafiador.
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Quem fez o Périplo Africano?
Grandes navegadores portugueses foram responsáveis pelo Périplo Africano. Alguns deles são famosos ainda hoje, como Vasco da Gama; mas também Diogo Cão, Pero de Covilhã e Bartolomeu Dias. Esses foram os primeiros. No caso de Bartolomeu Dias, ele conseguiu rodear o extremo sul da África, chegando ao Cabo da Boa Esperança, em 1488; e somente Vasco da Gama, de fato, chegou às Índias, na cidade de Calicute, em 1498.
Também Pedro Álvares Cabral foi destaque. Ao que consta na historiografia tradicional, ele chegou ao Brasil tentando alcançar a Índia, porém hoje existem questionamentos quanto a isso, pois sabe-se que Portugal já sabia da existência de terras por aqui.
A jornada do Périplo Africano
A complexa marcha na costa africana foi realizada paulatinamente, pois a região ainda era desconhecida pelos navegadores. Em determinado momento, quando conseguiam se constituir num lugar, erguiam fortes administrativos denominados feitorias. De tal modo, conseguiram ir se constituindo em diversas paragens, onde sempre ficava um empregado da Coroa para estabelecer relações comerciais.
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Cabo do Bojador
Entre vários locais que, aos poucos, os portugueses foram se estabelecendo, um ainda era desafiador: o Cabo do Bojador, na costa do Saara. Em 1434, o navegador Gil Eanes e sua tropa alcançaram tal feito depois de passarem por diversas adversidades. Com isso, passou a ser conhecida uma parte do Oceano Atlântico nunca antes vista.
Antes das tropas de Gil Eanes, várias embarcações tinham afundado e desaparecido. Tal adversidade levou à crença no mito de que naquele local haveria monstros marítimos. Com a passagem ultrapassada e vencida, tais lendas foram desacreditadas.
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Périplo Africano e o monopólio da Coroa
Além das mercadorias que Portugal buscava ao tentar atravessar regiões do continente africano para chegar às Índias, desde 1460, também passou a comercializar pessoas que se seriam escravizadas, sobretudo onde hoje são Serra Leoa e Senegal. Outro negócio lucrativo para a Coroa portuguesa eram as pedras preciosas, encontradas pela primeira vez por Pedro Sintra, na região da Guiné, em 1462.
Quando iniciou seu reinado, em 1481, D. João II determinou que tudo o que fosse encontrado nas colônias seria monopólio da Coroa, que o exploraria. Tal exclusividade foi denominada Monopólio Régio, que também buscou organizar, administrar e povoar os locais onde estavam os produtos exploratórios.
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Atividade comercial e escravidão
As atividades comerciais já eram intensas entre portugueses e africanos, com trocas de metais e especiarias. E, como vimos no tópico acima, a partir de 1460, começaram as atividades comerciais de escravidão, que passou a ser um dos principais comércios. Também por isso, as navegações recebiam tamanho apoio e incentivo da Coroa, que tinha bastante interesse em adquirir mão de obra.
Surgiu, então, o tráfico negreiro, que durou do século XV ao XIX. Nele, as pessoas eram capturadas, aprisionadas e forçadas a trabalhar, constituindo um trabalho escravizado. Depois, muitas vieram obrigadas para as Américas. Essa atividade passou a ser a mais lucrativa para Portugal com o passar dos anos e séculos, tendo a região onde hoje é Luanda, na Angola, como o maior porto para comercialização de pessoas escravizadas.
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Feitorias
Feitorias eram edificações fortificadas feitas por portugueses e destinadas à afirmação e fiscalização de domínio e comércio em outras terras que iam sendo descobertas e colonizadas na África. Anteriormente, já eram conhecidas pelo seu estabelecimento na própria Europa, ainda na Idade Média. Posteriormente, na Idade Moderna, foram ajustadas para serem instaladas nas colônias, não só africanas mas também na América. Além das relações comerciais, serviam como postos militares, locais de administração e alfândega, armazéns e apoio a navegadores. Ficaram também conhecidas como Feitorias da Fazenda Real, pois seus responsáveis (os feitores) eram membros da nobreza escolhidos diretamente pelo rei.
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Cabo das Tormentas
Foi o navegador Vasco da Gama quem, finalmente, chegou às Índias pela primeira vez e, assim, concluiu a ideia (e as ações) do Périplo Africano. Ele conseguiu tal proeza em 1497-1498, atravessando o Cabo das Tormentas, onde hoje é a Cidade do Cabo, na África do Sul.
Antes, Bartolomeu Dias também havia chegado ao local, mas sem avançá-lo. Foi ele quem o batizou como Cabo das Tormentas, devido às fortes tempestades e aos demais efeitos marítimos enfrentados na região.
O local mudou de nome, e hoje se chama Cabo da Boa Esperança. A mudança foi feita pelo rei D. João II quando soube que ali era a passagem tão almejada para as Índias. Confirmou-se também depois que esse cabo não é o ponto extremo do continente, e sim o Cabo das Agulhas.
â Mapa com localização do Cabo das Tormentas ou Cabo da Boa Esperança
Vasco da Gama
Vasco da Gama foi nomeado pelo rei D. João II para chegar às Índias depois que Bartolomeu Dias tinha conseguido chegar ao Cabo das Tormentas (Cabo da Boa Esperança). Ele cumpriu tal missão. Era um navegador experiente e que depois se tornou também um desbravador e gestor português no século XV. Foi bastante importante nas navegações portuguesas e para os “descobrimentos” e colonização.
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Consequências do Périplo Africano
As consequências do Périplo Africano (e das Grandes Navegações, em geral) foram muitas. Podemos destacar 10 delas:
1) ampliação de relações econômicas internacionais, principalmente entre Europa, Ásia e América;
2) além de majoradas, essas relações também se tornaram mais dinâmicas;
3) aumento de regiões colonizadas na África, na América e na Ásia. Com isso, portugueses (e espanhóis) passaram a administrar um extenso sistema colonial;
4) consequentemente, a Coroa enriqueceu e os burgueses comerciais também se tornaram mais ricos;
5) Portugal (com a Espanha) se tornou uma grande potência dos séculos XV a XVII;
6) a circulação monetária aumentou, sobretudo com as descobertas e explorações de metais preciosos encontrados nas colônias;
7) comércio e trocas significativas de especiarias;
8) escravização de pessoas traficadas da África que, como vimos, se tornou bastante lucrativa e, depois, muito utilizada nas Américas;
9) desenvolvimento de técnicas de navegação;
10) o mercantilismo se tornou a política econômica basal para europeus, que fizeram do Mar Mediterrâneo e, posteriormente, do Oceano Atlântico os principais eixos da economia no período.
Créditos da imagem
[1] Wikimedia Commons (reprodução)