Segundo Triunvirato

O Segundo Triunvirato foi uma aliança política que fez com que Marco Antônio, Otávio e Lépido governassem juntos a República Romana entre 43 a.C. e 32 a.C.
Ilustração do imperador romano Otávio em meio a várias outras pessoas.
Otávio (no centro) foi o grande vencedor do Segundo Triunvirato e foi transformado em imperador romano em 31 a.C.
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O Segundo Triunvirato foi uma aliança política que se formou na República Romana em 43 a.C. Essa aliança reuniu Marco Antônio, Otávio e Lépido como governantes romanos e visava garantir estabilidade para a república. Esse triunvirato se formou em consequência do assassinato de Júlio César, que havia acontecido um ano antes.

Os primeiros momentos do Segundo Triunvirato foram marcados pela perseguição contra aqueles que haviam conspirado o assassinato de Júlio César, em especial Cássio e Bruto. Depois, tornou-se um grande palco da disputa de Marco Antônio e Otávio pelo poder romano. Teve fim em 32 a.C., com o início da guerra entre Otávio e Marco Antônio, da qual Otávio saiu como vencedor.

Saiba mais: Império Romano — o período da história romana iniciado com o fim do Segundo Triunvirato

Resumo sobre o Segundo Triunvirato

  • O Segundo Triunvirato foi uma aliança política que se formou para garantir a estabilidade da República Romana.

  • Foi formada por Marco Antônio, Lépido e Otávio em 43 a.C.

  • Eles tinham poderes para governar a república por um período de cinco anos.

  • Lépido retirou-se do triunvirato em 37 a.C.

  • Em 32 a.C., Marco Antônio e Otávio entraram em guerra. Essa guerra foi vencida por Otávio, que se tornou imperador romano.

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Contexto do Segundo Triunvirato

O Segundo Triunvirato foi resultado da crise política que atingiu a República Romana no século I a.C. Essa crise se iniciou devido ao assassinato de Júlio César, ditador romano, em 44 a.C. Seu assassinato foi resultado de uma conspiração que envolveu o Senado romano, em especial nomes como Caio Cássio Longino e Marco Júlio Bruto.

Júlio César havia se estabelecido no poder depois de sair como o grande vencedor na guerra travada pelos membros do Primeiro Triunvirato, Crasso e Pompeu. O acúmulo dos poderes de Júlio César incomodava o Senado, que desejava que o governo romano retornasse aos moldes convencionais da república. O assassinato de Júlio César contribuiu para que a República Romana se desestabilizasse.

Isso aconteceu porque Júlio César era uma figura extremamente popular entre os soldados e o povo romano, de modo que sua morte foi recebida com insatisfação, e os conspiradores, como Cássio e Bruto, foram obrigados a fugir para as províncias orientais da República Romana. O Senado romano queria conceder anistia para os conspiradores, mas logo percebeu-se que não seria possível.

Como surgiu o Segundo Triunvirato?

O assassinato de Júlio César criou um vácuo no poder romano, e logo a República entrou em um período de instabilidade motivada pela insatisfação popular. Desse modo, a solução encontrada para resolver os problemas políticos foi formar um novo triunvirato, que reuniu três figuras bastante populares daquele período. Duas delas eram pessoas muito próximas a Júlio César: Marco Antônio e Otávio. O terceiro nome do Segundo Triunvirato era Lépido.

Essa aliança estava fadada ao fracasso, uma vez que Marco Antônio e Otávio tinham cada um o interesse de se transformarem no único governante romano. Além disso, outro fato importante era a inimizade pública que existia entre Marco Antônio e Otávio.

O Segundo Triunvirato foi formalizado em 43 a.C., o que se deu por meio da Lex Titia. Com essa lei, Marco Antônio, Otávio e Lépido foram oficializados no poder por um período de cinco anos. Eles tinham amplos poderes e poderiam até aprovar leis sem a necessidade de contar com o aval do Senado.

O surgimento do Segundo Triunvirato permitiu que uma grande perseguição contra os conspiradores que organizaram o assassinato de Júlio César se iniciasse. Primeiramente, centenas de senadores foram condenados por participarem da conspiração contra Júlio César. Além disso, mais de 2000 cavaleiros romanos foram condenados.

As condenações eram para execução, e isso fez com que muitos dos condenados fugissem desesperadamente para salvar suas vidas. Muitos abandonaram suas posses, fazendo com que elas caíssem nas mãos do governo romano, que utilizou o dinheiro arrecado para financiar a perseguição aos opositores de Júlio César.

A perseguição aos conspiradores deu início a uma guerra civil que levou o triunvirato a lutar contra Cássio e Bruto, que haviam se unido na Ásia Menor. Essa guerra foi resolvida na Batalha de Filipos, em que 110 mil soldados liderados por Otávio e Marco Antônio lutaram contra 90 mil soldados liderados por Cássio e Bruto.

A batalha em Filipos se estendeu por cerca de 20 dias. Nesse período, Cássio e depois Bruto cometeram suicídio após sofrerem derrotas militares. Com esse desfecho, a vingança contra os assassinos de Júlio César estava concluída.

Veja também: Quais eram as instituições da República Romana?

Fim do Segundo Triunvirato

Em 38 a.C., o triunvirato foi renovado por um novo período de cinco anos. No ano seguinte, Lépido abandonou seu posto, pois ele não tinha ambições de poder, e sua proximidade com Marco Antônio não pesava a seu favor.

O afastamento de Lépido, que se deu por pressão de Otávio, gerou uma ampliação da rivalidade entre Marco Antônio e Otávio, e o poder romano foi distribuído da seguinte maneira: Otávio governava a porção ocidental da república e Marco Antônio, a porção oriental.

O fator que levou ao rompimento absoluto entre Otávio e Marco Antônio foi o casamento deste. Em 40 a.C., Marco Antônio se casou com Octávia, irmã de Otávio, tendo duas filhas com ela. O casamento aconteceu por conveniência e porque ambos já eram viúvos na ocasião. Entretanto, quando casou-se com a irmã de Otávio, Marco Antônio já possuía um caso com Cleópatra.

Anos depois, em 32 a.C., Marco Antônio decidiu repudiar sua esposa, ordenando que ela saísse de sua casa em Roma. Em seguida, ele oficializou sua relação com Cleópatra, conhecida por ser rainha do Egito. A guerra entre Marco Antônio e Roma teve início nesse ponto.

Tendo em vista esses acontecimentos, Otávio mobilizou o Senado romano para se voltar contra Marco Antônio com a alegação de que o envolvimento dele com a rainha egípcia colocava em dúvida sua lealdade em relação à República Romana.

Na prática, Otávio instigou os senadores romanos para que eles se voltassem contra Marco Antônio. Em 32 a.C., o Senado romano declarou guerra contra Cleópatra. No ano seguinte, uma grande batalha aconteceu em Áccio.

Essa batalha naval ficou marcada pela destruição da frota egípcia, o que facilitou uma invasão do Egito. Quando isso aconteceu, Marco Antônio ficou sem saída e decidiu cometer suicídio. Cleópatra fez o mesmo um tempo depois.

Com a vitória, Otávio consolidou-se como governante romano, recebendo o título de augusto e sendo reconhecido como imperador romano. Isso determinou o fim da República Romana e o início da fase imperial. O governo de Otávio ficou marcado por ser extremamente próspero e estável.

Videoaula sobre Roma Antiga: República (triunviratos e o nascimento do Império)

Por Daniel Neves Silva