Júlio César

Júlio César foi uma das figuras mais conhecidas da história romana, considerado um político e um militar muito bem-sucedido. Foi assassinado ao ser esfaqueado 23 vezes.
Júlio César em cima de cavalo em campanha militar
Júlio César foi uma figura importante da história romana, conhecido como um excelente militar.
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Júlio César foi um militar, político e advogado romano que ficou marcado como uma das personalidades mais importante dos últimos anos da República Romana. Nasceu em uma família da aristocracia de pouca influência e foi conquistando seu espaço na sociedade romana aos poucos. Foi eleito para diferentes cargos ao longo de sua vida.

Atuou como governador da Hispânia, pacificando e estabilizando a região, e ficou conhecido por conquistar toda a Gália, derrotando em definitivo as tribos gaulesas que resistiam ao domínio romano. Fez parte do primeiro triunvirato e tornou-se ditador perpétuo de Roma depois que Crasso e Pompeu morreram. Foi assassinado em 44 a.C.

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Resumo sobre Júlio César

  • Caio Júlio César nasceu em 100 a.C., pertencente a uma família de pouca influência na aristocracia romana.

  • Exilou-se de Roma na juventude por conta da perseguição promovida pelo ditador Sula contra ele.

  • Ingressou no exército, demonstrando habilidades para as funções militares e sendo até condecorado por ações em batalha.

  • Ingressou na política romana por volta de 70 a.C., sendo eleito para diferentes cargos.

  • A partir de 60 a.C., fez parte do Primeiro Triunvirato.

  • Tornou-se ditador perpétuo de Roma, depois que Crasso e Pompeu morreram, e foi assassinado em 44 a.C.

Nascimento e juventude de Júlio César

Caio Júlio César nasceu na cidade de Roma em 13 de julho de 100 a.C., mas algumas fontes afirmam que ele pode ter nascido no dia 12 de julho ou mesmo em 102 a.C. Pertencia aos Julii, uma família aristocrata de pouca influência na sociedade romana, mas que estava em ascensão, ocupando importantes cargos na administração romana.

Um exemplo era o próprio pai de Júlio César, também chamado Caio Júlio César, que ocupava posição no governo da Frígia, região que era chamada de província romana da Ásia. A morte do pai de Júlio César foi um grande baque na realidade do jovem, que teve de assumir a posição de chefe de sua família aos 16 anos de idade.

Nesse período, Júlio César decidiu tornar-se flamen dialis, um alto sacerdote que atuava no culto ao deus Júpiter. Para que isso fosse possível, Júlio César precisava estar casado, por isso ele se casou pela primeira vez, sendo que sua esposa se chamava Cornélia.

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Exílio e trabalhos de Júlio César

A posição de Júlio César como chefe de sua família e como alto sacerdote de Júpiter foi abalada com a ascensão de Sula ao poder romano. Isso porque Sula passou a perseguir seus opositores, como Lúcio Cina, e Júlio César era casado com a filha de Lúcio Cina. Além disso, Sula era defensor de uma facção política chamada Optimate, e Júlio César e Lúcio Cina eram membros da facção contrária, os Populares.

Essas facções políticas representavam posições ideológicas distintas no contexto da República Romana. Os Populares defendiam a adoção de medidas que beneficiassem a população mais pobre de Roma, os plebeus. Já os Optimates eram contrários a qualquer medida que beneficiasse os plebeus.

Isso transformou Júlio César em alvo de Sula, e ele teve os bens de sua família confiscados pelo governo romano, assim como o dote que recebeu da família de sua esposa. Ele foi destituído da posição de flamen dialis e, com isso, decidiu fugir de Roma, pois temia que Sula pudesse atentar contra a sua vida.

Júlio César permaneceu longe de Roma enquanto Sula esteve vivo. Nesse período, ingressou no exército romano e atuou sob o comando de dois generais na Ásia Menor, inclusive recebendo honrarias por sua atuação em batalha. Decidiu retornar para Roma em 78 a.C. com a morte de Sula, estabeleceu-se em um bairro mais humilde em Roma e passou a trabalhar como advogado. Ficou marcado por sua boa capacidade de oratória.

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Carreira política de Júlio César

Além da carreira como militar e advogado, Júlio César também gravou seu nome como político, e sua trajetória na política romana começou quando ele foi eleito tribuno militar. Júlio César foi conquistando espaço na política romana, e sua influência permitiu que ele fosse eleito para outros cargos, como o de questor, sendo enviado para a Hispânia a fim de ocupar esse cargo.

Por volta de 65 a.C., aproximou-se de uma das pessoas mais ricas e influentes da República Romana: Crasso. Com a ajuda dele, Júlio César foi eleito para edil e depois se tornou pontífice máximo da religião romana, em 63 a.C. Em 61 a.C., assumiu o governo da Hispânia, ficando marcado por suas capacidades administrativas e militares, pois estabilizou a região e controlou as tribos rebeldes.

Em 60 a.C., um dos principais acordos políticos da República romana foi realizado, e Júlio César, Crasso e Pompeu reuniram-se para, juntos, governarem Roma. Esse acordo ficou conhecido como o Primeiro Triunvirato. No mesmo ano, Júlio César foi eleito cônsul, o que possibilitou que ele realizasse algumas reformas.

As ações de Júlio César, como a defesa da redistribuição de terras para os plebeus, desagradou o Senado e os Optimates, mas o cônsul romano deu continuidade a elas. Depois que seu período como cônsul se encerrou, Júlio César partiu em uma campanha militar na Gália com o objetivo de aumentar sua popularidade e prestígio político, além de arrecadar dinheiro para quitar suas dívidas com Crasso.

Campanha militar na Gália

A campanha militar na Gália é um capítulo à parte na vida de Júlio César, porque foi uma de suas maiores conquistas, garantindo a ele renome entre as camadas populares de Roma, prestígio e influência política e o tornou um homem riquíssimo. Além disso, reforçou a posição dele como um dos militares mais bem-sucedidos da história romana.

Nesse período, Júlio César atravessou o Reno e lutou contra tribos germânicas, fez campanhas militares na Britânia e lutou contra as tribos gaulesas, colocando-as sob o jugo dos romanos. Isso consolidou o domínio romano sobre toda a Gália, sendo que o momento definidor disso aconteceu em 52 a.C., durante a Batalha da Alésia. Nessa batalha, Vercingetórix, gaulês líder da tribo dos arvenos, foi derrotado.

Com a vitória, Júlio César enriqueceu com o butim da guerra e também com a venda de pessoas para a escravidão.

Fim do triunvirato

Durante a campanha da Gália, o triunvirato começou a ruir, pois a relação entre os membros começou a ficar ruim. Em 53 a.C., Crasso faleceu durante uma batalha na Pártia, e muitos historiadores consideram isso a ruína do triunvirato. As relações de Pompeu e Júlio César estavam ruins havia tempos, desde quando a irmã de Júlio César morreu.

Júlia era casada com Crasso, e o seu falecimento marcou o afastamento de Pompeu e Júlio César. Assim, Pompeu aproximou-se dos senadores e dos Optimates e voltou ambos contra Júlio César. Em 50 a.C., Júlio César recebeu a ordem de dispensar o seu exército e retornar a Roma, mas César, temendo haver uma conspiração contra ele, recusou-se a dispensar os seus soldados.

Júlio César então atravessou o rio Rubicão (que separa a Gália da Itália), e essa ação deu início a uma guerra civil. Pompeu fugiu e acabou sendo assassinado no Egito, e Júlio César se consolidou no poder romano, tornando-se ditador perpétuo.

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Assassinato de Júlio César

A ditadura de Júlio César fez com que o Senado se voltasse contra ele, pois o Senado temia o acúmulo de poder do militar romano e estava insatisfeito com as medidas em benefício da população plebeia que eram realizadas pelo ditador. Apesar da popularidade e do poder de Júlio César, um grupo de senadores começou a conspirar contra ele.

Liderados por Marco Júnio Bruto e por Caio Cássio Longino, esse grupo de senadores decidiu assassinar Júlio César. O crime foi realizado em 15 de março de 44 a.C., sendo realizado na Cúria de Pompeu, em Roma. Júlio César foi esfaqueado 23 vezes, e o vácuo do poder deu origem a um Segundo Triunvirato.

A população romana ficou insatisfeita com o assassinato do seu líder, e os idealizadores do assassinato de César fugiram de Roma e foram caçados por Marco Antônio e por Otávio, sendo posteriormente derrotados e mortos em batalha.

Por Daniel Neves Silva