Mao Tsé-Tung

Mao Tsé-Tung foi um dos grandes nomes da China, no século XX, pois lutou contra os japoneses e liderou a Revolução Chinesa de 1949.
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Mao Tsé-Tung foi um dos grandes nomes da China no século XX. Tornou-se comunista durante sua juventude e ingressou no Partido Comunista Chinês (PCCh) na década de 1920. Assumiu a liderança do PCCh e esteve à frente dos comunistas na luta contra os nacionalistas e japoneses. Conseguiu assumir o poder da China, em 1949, com a vitória sobre os nacionalistas.

Mao Tsé-Tung foi uma das figuras mais poderosas da China até o ano de sua morte, 1976. Esteve por trás de campanhas como a Campanha Três Anti e Cinco Anti. Idealizou o Grande Salto à Frente, um plano que fracassou e causou a morte de milhões de pessoas de fome. Realizou a Revolução Cultural como forma de perseguir seus adversários.

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Nascimento e juventude de Mao Tsé-Tung

Mao Tsé-Tung foi o líder da Revolução Chinesa e esteve à frente do país até 1976, ano de sua morte.
Mao Tsé-Tung foi o líder da Revolução Chinesa e esteve à frente do país até 1976, ano de sua morte.

Mao Tsé-Tung (o nome dele também pode ser escrito como Mao Zedong) nasceu no dia 26 de dezembro de 1893, na cidade de Shaoshan, localizada em uma província chamada Hunan. Mao Tsé-Tung pertencia a uma família abastada, uma vez que seu pai, Mao Yichang, era um fazendeiro muito bem-sucedido.

As memórias de Mao contam o pai dele como sendo um homem rígido e disciplinador que eventualmente batia nele e em seus irmãos. Já a mãe de Mao Tsé-Tung chamava-se Wen Qimei e tinha uma grande devoção pela religião budista. Ela chegou a influenciar seu filho Mao, mas ele acabou abandonando a religião ainda na sua juventude.

Aos 8 anos, Mao foi enviado para estudar e aprender os valores confucionistas, concluindo seus estudos primários com 13 anos de idade. A partir daí, o seu pai o levou de volta para a fazenda a fim de que ele pudesse trabalhar. Com essa idade, Mao rejeitou um casamento arranjado que foi proposto por seu pai. Para evitar esse casamento e continuar seus estudos, Mao fugiu de casa.

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Aproximação do comunismo

A aproximação do comunismo por parte de Mao aconteceu durante a sua adolescência e juventude. Depois de sair da casa de seu pai, mudou-se para Changsha e lá continuou seus estudos. Ele presenciou grandes acontecimentos da história chinesa em 1911, pois naquele ano a monarquia chinesa foi derrubada, no que ficou conhecido como Revolução Xinhai.

A experiência revolucionária somou-se à carga de leituras que Mao tinha na sua juventude, sobretudo quando ele ingressou em um curso para formar-se como professor. Seu período de formação estendeu-se de 1913 a 1918, mesma época em que aconteceu na Rússia uma revolução de caráter socialista.

Depois de formar-se, mudou-se para Pequim e começou a trabalhar na biblioteca da Universidade de Pequim, emprego que lhe permitiu ter grande contato com Li Dazhao, um dos mais proeminentes comunistas da China nas primeiras décadas do século XX. O contato com Li Dazhao, portanto, serviu de grande influência na formatação do pensamento político de Mao.

Dazhao foi um dos fundadores do Partido Comunista Chinês (PCCh) em 1921, partido a que Mao filiou-se ainda nesse mesmo ano. Mao Tsé-Tung era um dos grandes nomes do PCCh e com o tempo sua importância no partido só aumentou.

Guerra Civil Chinesa

A política chinesa vivia tempos de instabilidade depois da implantação da república e essa situação só se agravou na década de 1920. Nessa década, um dos grandes partidos políticos da China era o Kuomintang, o Partido Nacionalista, que estava sob a liderança de Sun Yat-sen.

Por ordem vinda da União Soviética, o PCCh realizou uma aproximação com o Kuomintang com o objetivo de garantir a unificação da China contra os grupos que ainda não apoiavam a unificação do país sob um regime republicano. Acreditava-se que o apoio ao Kuomintang era um estágio de pré-revolução no país, pois a unificação deveria acontecer antes da revolução.

Entre 1921 e 1927, Kuomintang e PCCh atuaram juntos na luta contra os senhores da guerra que mantinham a China fragmentada. O PCCh ganhava importância no país e Mao Tsé-Tung tornava-se uma liderança de peso no interior do partido, sendo nomeado para presidir o comitê do partido em Xangai.

A militância de Mao deu-se, principalmente, junto dos camponeses, mobilizando-os contra os senhores da guerra e dando treinamento militar a eles. Foi esse contato que formatou uma característica importante do pensamento revolucionário de Mao: a importância do campesinato para o sucesso da revolução.

A relação entre o Kuomintang e o PCCh começou a ficar ruim depois de 1925, quando o líder do partido, Sun Yat-sen, morreu. Um dos grandes nomes do Kuomintang, após a morte de Sun Yat-sen, foi Chiang Kai-shek, um militar que temia o crescimento dos comunistas na China. Chiang Kai-shek começou a sabotar os comunistas e depois passou a persegui-los abertamente.

A perseguição aos comunistas começou em 1927, momento em que os senhores da guerra estavam enfraquecidos, e o Kuomintang não precisaria mais do PCCh na guerra contra eles. Em 1927, por exemplo, os comunistas foram expulsos de Xangai, e a perseguição contra os comunistas da cidade acarretou a morte de 5 mil pessoas. O Kuomintang ainda mobilizou tropas para reprimir movimentos de camponeses no sul do país.

Para defender-se do Kuomintang, o PCCh criou um exército e nomeou Mao Tsé-Tung para ser o comandante de tropas do Exército Vermelho, como ficou conhecido em um primeiro momento. Mao atuou nas províncias de Hunan e Jiangxi e foi duramente perseguido pelo Kuomintang, tendo sua segunda esposa, Yang Kaihui, sequestrada e morta na guerra.

A perseguição fez Mao estabelecer-se na região de Jiangxi, local onde ele se tornou líder do Soviete de Jiangxi. Mao Tsé-Tung liderou a resistência comunista em Jiangxi até 1934, quando cercados e pressionados por forças do Kuomintang, decidiram iniciar uma fuga que ficou conhecida como Grande Marcha.

Nesse acontecimento, cerca de 100 mil soldados iniciaram uma caminhada de mais de 10 quilômetros para fugir das tropas nacionalistas. Somente 10% sobreviveram e instalaram-se em Yan’an, em 1935. Depois da Grande Marcha, Mao Tsé-Tung foi nomeado líder do PCCh. A partir de 1937, os conflitos entre nacionalistas e comunistas perderam a força por causa do conflito contra os japoneses, a Segunda Guerra Sino-Japonesa.

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Revolução Chinesa

Na Revolução Cultural, Mao Tsé-Tung mobilizou os jovens do país para realizar perseguição ideológica contra os dissidentes dele.
Na Revolução Cultural, Mao Tsé-Tung mobilizou os jovens do país para realizar perseguição ideológica contra os dissidentes dele.

O confronto entre chineses e japoneses estendeu-se até 1945, quando o Japão foi derrotado na Segunda Guerra Mundial. Logo após a derrota japonesa, nacionalistas e comunistas reiniciaram o conflito entre si. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o panorama na China apontava os comunistas muito fortalecidos.

O exército do PCCh passou a ser conhecido como Exército Popular de Libertação e contava com o apoio dos soviéticos. Pouco a pouco, os comunistas foram conquistando territórios na China até o momento em que Mao Tsé-Tung proclamou a República Popular da China, em 1º de outubro de 1949. Esse acontecimento é entendido como a vitória da Revolução Chinesa.

Derrotados, os nacionalistas fugiram da China e estabeleceram-se em Taiwan (ilha de Formosa), formando um governo dissidente que não tem relações com o governo chinês. Essa situação mantém-se até os dias de hoje.

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Mao Tsé-Tung no poder

Uma vez fundada a República Popular da China, Mao colocou-se como uma das pessoas mais influentes e poderosas do país. Os primeiros planos estipulados por ele visavam a promover a recuperação econômica da China, que tinha a economia em frangalhos depois de conflitos regulares que se estendiam desde a década de 1910.

Mao também iniciou programas para perseguir seus dissidentes, investigando a princípio pessoas que mantiveram ligações com o Kuomintang antes da ascensão do PCCh ao poder. Essas investigações aconteceram por meio das campanhas Três Anti e Cinco Anti e resultaram na prisão, tortura e execução de milhares de pessoas.

Houve também um programa de reforma agrária que se deu às custas das terras dos antigos senhores da guerra (donos de verdadeiros feudos), muitos dos quais lutaram contra o PCCh. As terras desses senhores feudais foram tomadas pelo Estado e distribuídas para camponeses pobres para se sustentarem. Acredita-se que até dois milhões de senhores feudais tenham sido mortos durante essa reforma agrária.

Para tentar melhorar a economia do país, Mao criou, em 1958, o Grande Salto à Frente, um plano que procurou reorganizar a produção econômica do país. O resultado desse plano foi desastroso, porque ele desorganizou a produção de alimentos de tal forma que um surto de falta de alimentos espalhou-se pela China, causando a morte de, pelo menos, 20 milhões de pessoas.

O último grande acontecimento relacionado a Mao Tsé-Tung na China foi a Revolução Cultural Chinesa. Esse acontecimento foi entre 1966 e 1976 e deu-se pela mobilização dos estudantes e camadas mais jovens da sociedade para perseguir e denunciar aqueles que mantinham os velhos hábitos que eram relacionados com a burguesia.

Essa ação criou um cenário de paranoia e perseguição ideológica na China, que como efeito resultou na quase extinção do ensino superior do país, uma vez que um dos grupos mais perseguidos eram os professores. A Revolução Cultural foi resultado de uma estratégia de Mao para manter-se no poder do PCCh e de silenciar os seus opositores. Acredita-se que até dois milhões de pessoas foram mortas nos dez anos da Revolução Cultural.

Morte de Mao Tsé-Tung

Mao Tsé-Tung morreu no dia 9 de setembro de 1976, com 82 anos de idade. Nos últimos anos de vida, ele tinha enfrentado um sensível enfraquecimento de sua condição de saúde e, somente no ano de 1976, ele passou por três ataques cardíacos, e o último (em 5 de setembro de 1976) o levou à morte quatro dias depois.

Créditos da imagem

[1] Songquan Deng / Shutterstock

Por Daniel Neves Silva