Dez pragas do Egito

As dez pragas do Egito fazem parte de uma narrativa bíblica que menciona dez males enviados por Deus para punir os egípcios e que resultaram na libertação dos hebreus.
Ilustração de Moisés erguendo um cajado, cercado por algumas das pragas do Egito, como rãs,  gafanhotos e o sangue no Nilo.
Moisés foi a figura usada por Deus para trazer as dez pragas ao Egito.
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As dez pragas do Egito são parte de uma narrativa bíblica que é mencionada no livro de Êxodo, no Velho Testamento da Bíblia. Essa narrativa conta a história das dez pragas que teriam sido enviadas por Deus para o Egito quando Ramsés II era o faraó. Essas pragas foram enviadas porque o povo hebreu era escravo no Egito, e o faraó recusava-se a libertá-lo.

As pragas são entendidas, dentro da interpretação cristã, como uma forma de Deus demonstrar sua superioridade em relação aos deuses egípcios, mas também uma demonstração de misericórdia, pois poderia aniquilar os egípcios, mas preferiu puni-los com castigos “menores”. Essa narrativa é considerada um mito pela historiografia.

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Resumo sobre as dez pragas do Egito

  • As dez pragas do Egito são uma narrativa bíblica encontrada no livro de Êxodo.

  • Essa narrativa fala sobre o envio de dez pragas por Deus para punir o Egito.

  • A punição se deu porque os israelitas eram escravizados no Egito, e o faraó recusava-se a libertá-los.

  • O líder dos israelitas no processo de libertação desse povo foi Moisés.

  • A historiografia considera que essa narrativa é um mito, não possuindo lastro na realidade factual.

O que diz a narrativa bíblica sobre as dez pragas do Egito?

As dez pragas do Egito são uma narrativa bastante popular que faz parte da Bíblia, sendo mencionada no livro de Êxodo. Essas dez pragas consistiam em eventos catastróficos que dentro da narrativa bíblica foram enviados por Deus contra o Egito durante o reinado do faraó Ramsés II. As pragas foram uma punição de Deus, porque ele exigia que os israelitas fossem libertos da escravidão no Egito, e o faraó se negava a isso.

Os israelitas (hebreus) eram escravos dos egípcios, e Moisés foi estabelecido por Deus como aquele que guiaria esse povo à liberdade. O objetivo era que os israelitas fossem libertados para retornar a Canaã, entendida como a terra prometida desse povo, para que lá pudessem adorar a Deus. Essa missão foi realizada por Moisés com auxílio de seu irmão, Arão.

O faraó Ramsés II não aceitava libertar os israelitas, mas quando as pragas caíam sobre o Egito, ele concordava com a libertação. Entretanto, mudava de posição sempre que cada praga se encerrava. O faraó aceitou libertar os israelitas apenas na décima praga, a mais rigorosa de todas elas.

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Dez pragas do Egito em ordem

As pragas do Egito foram iniciadas por intermédio de Moisés ou Arão e tinham como propósito punir a região, causando calamidade, mortes e sofrimento aos egípcios. Segundo a narrativa bíblica, as dez pragas foram as seguintes:

  1. Transformação da água em sangue: as águas do Rio Nilo foram transformadas em sangue, e os seres que ali habitavam morreram.

  2. Rãs: os egípcios sofreram com uma infestação de rãs que atingiu toda a terra do Egito.

  3. Piolhos: os egípcios sofreram com uma grande infestação de piolhos que afetou toda a sua população e também afetou os animais do rebanho egípcio.

  4. Moscas: moscas surgiram de todas as partes, infestando o Egito e incomodando as pessoas. Os israelitas não sofreram incômodos com o enxame de moscas.

  5. Peste e morte dos animais: os rebanhos egípcios foram atingidos por doenças que os levaram à morte. Os animais criados pelos israelitas não foram afetados e atingidos por nenhuma doença.

  6. Feridas na pele: todos os egípcios foram afetados por grandes e dolorosas feridas que se espalhavam por todo o corpo. Os israelitas ficaram ilesos, não sofrendo nenhum dano.

  7. Granizo: chuvas torrenciais e enormes pedras de granizo caíram do céu, causando grande destruição e morte de pessoas.

  8. Gafanhotos: um grande enxame de gafanhotos passou pela terra do Egito, devorando as colheitas.

  9. Escuridão: o Egito foi mergulhado em uma grande escuridão, que se estendeu por três dias seguidos.

  10. Morte dos primogênitos: a última e mais rigorosa das pragas determinou a morte de todos os primogênitos do Egito, fossem eles humanos ou animais. Os israelitas foram poupados dessa praga, porque seguiram uma ordem enviada por Deus a Moisés.

Ilustração dos israelitas passando sangue no batente das casas, o que os livrou da décima praga do Egito.
A ordem divina de marcar os batentes das portas com sangue poupou os hebreus da última e mais rigorosa praga.

Qual é o significado das dez pragas?

A narrativa das pragas do Egito é entendida pelos cristãos como uma demonstração de poder de Deus sobre os deuses egípcios, que nada puderam fazer para impedir a ação de Deus, segundo a narrativa bíblica. Além disso, a ação de Deus é entendida como uma ação misericordiosa, porque ele poupou os egípcios, punindo-os de maneira “branda”.

Veja também: Cativeiro da Babilônia — outro momento da história em que os hebreus foram escravos

As dez pragas do Egito foram reais?

Os historiadores consideram que as dez pragas do Egito não foram um acontecimento real, sendo, portanto, um mito que fazia parte da cultura e das narrativas orais contadas pelos hebreus. Além disso, não existem evidências históricas, além da narrativa bíblica, que sustentem a existência real desse acontecimento.

Entretanto, muitos pesquisadores se dedicam a tentar entender a dez pragas e comprovar se elas foram reais. Existe uma teoria que aponta que uma erupção vulcânica de grandes proporções que atingiu uma ilha grega por volta de 1600 a.C. pode ter causado graves consequências no Egito e gerado efeitos semelhantes aos das pragas mencionadas.  

Por Daniel Neves Silva