Arte Egípcia

A arte egípcia produzida durante a Antiguidade foi marcada, principalmente, pelas obras arquitetônicas, em especial, as pirâmides.
Vista das Pirâmides de Gizé no Egito
As Pirâmides de Gizé são grandes demonstrações da engenhosidade artística e arquitetônica dos egípcios na Antiguidade.
Imprimir
Texto:
A+
A-

A arte egípcia foi extremamente rica, contendo objetos de diversos tipos, como pinturas em tumbas, estátuas, templos, pirâmides, objetos metálicos etc. Os egípcios não entendiam a arte da mesma maneira que nós, e suas obras artísticas eram, em geral, anônimas, porque eram produzidas com alguma finalidade e eram encomendadas por alguém.

A arte egípcia passou por grandes modificações ao longo da história, sofrendo influências de povos como os núbios e os hicsos, por exemplo. A arquitetura é o grande destaque da arte egípcia, principalmente pelas pirâmides, iniciadas no terceiro milênio a.C.

Leia também: Sete Maravilhas do Mundo Moderno

Resumo sobre arte egípcia

  • Os egípcios não entendiam o conceito de “arte pela arte”, no qual um artista produz uma obra apenas para se expressar.

  • Para os egípcios, a arte deveria ter uma finalidade, principalmente religiosa, e sempre era solicitada por alguém.

  • As primeiras manifestações artísticas do Egito Antigo remontam ao Período Pré-Dinástico.

  • Ao longo do tempo, os egípcios sofreram influências em sua arte dos núbios, hicsos e hititas.

  • As pirâmides são as grandes construções arquitetônicas do Egito, com destaque para a Grande Pirâmide de Gizé, com 146 metros de altura.

Conceito de arte para os egípcios

A arte na sociedade ocidental atual é uma prática em que um ser humano manifesta suas visões e/ou sentimentos para produzir uma obra com determinado visual estético. Dentro de nossa sociedade, um artista pode produzir apenas como forma de se manifestar, como algo que lhe dê prazer, assim como pode produzir sob demanda e ser pago por isso.

No caso dos egípcios antigos, a arte era produzida exclusivamente com alguma finalidade, assim, ela não era entendida como uma manifestação dos sentimentos ou da visão de mundo do seu artista (até porque sua autoria era anônima). Não havia uma intenção estética em sua produção, mas, sim, de reforçar um propósito de quem havia encomendado o trabalho artístico.

O propósito das obras de arte egípcias se relacionava diretamente com a cosmologia e com os princípios da religiosidade egípcia, uma vez que eram produzidas com funções intricadas nesses aspectos. As pinturas de uma tumba cumpriam o propósito de orientar o morto em sua vida após a morte; enfeites, como pingentes, serviam para garantir a proteção para seu portador, sendo, portanto, amuletos, entre outros exemplos. Assim sendo, a ideia de “arte pela arte” não existia dentro da cultura egípcia.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Características da arte egípcia

Algumas características da arte egípcia são importantes de ser mencionadas. São elas:

  • A procura pela simetria: reforça um conceito importante da visão de mundo dos egípcios na Antiguidade, o ma’at, entendido por nós como a harmonia do Universo.

  • É considerada bidimensional: os desenhos não têm perspectiva.

  • Figuras retratadas sem emoção: aqueles retratados na arte egípcia foram representados sem emoções, isto é, sem demonstrar alegria ou tristeza, porque o propósito da arte era apenas guiar o morto em sua jornada na vida após a morte.

Mural com pintura representando a mumificação de um faraó, aspecto da religiosidade presente na arte egípcia.
Mural com pintura representando a mumificação de um faraó, aspecto da religiosidade presente na arte egípcia.

Arte egípcia ao longo da história

A arte egípcia antiga teve uma longa duração, afinal, o Egito Antigo foi uma civilização que existiu durante milênios. Dessa forma, é natural que ela tenha passado por grandes transformações ao longo da história, sofrendo diversas influências mas também influenciando a cultura de diferentes povos, como os gregos e os romanos.

Considera-se que a arte egípcia manifestava aquilo que era do interesse das elites desse povo, uma vez que somente essa classe que tinha condições de pagar por esse tipo de trabalho. No período Pré-Dinástico, entre os anos de 6000 a.C. e 3150 a.C., ocorreram as primeiras manifestações artísticas do Egito, tratando-se, sobretudo, desenhos realizados em rochas.

Entre 3150 a.C. e 2613 a.C., a simetria era uma característica muito importante na arte egípcia, sendo a Paleta de Narmer um dos exemplos mais conhecidos nesse sentido. Trata-se de uma grande placa que narra a unificação dos dois reinos egípcios, Alto Egito e Baixo Egito, por Menés.

Durante o Império Antigo, a arte egípcia seguiu um padrão estético que era exigido pela capital Mênfis, e, nesse período, produziu-se grandes obras, como as pirâmides e a Grande Esfinge de Gizé. A produção artística desse período, em especial a arquitetura, é bastante destacada na história egípcia.

No Primeiro Período Intermediário (2181-2040 a.C.), houve maior autonomia para as manifestações artísticas na história egípcia. Isso porque nele houve pouca centralização política no Egito, o que deu maior liberdade para a arte.

Durante o Médio Império (2040-1782 a.C.), ocorreu um desenvolvimento expressivo nas estátuas produzidas, e a arte em geral passou a ser mais realista e com maior espaço para representar as classes baixas. No Segundo Período Intermediário (1782-1570 a.C.), a arte egípcia foi bastante influenciada pela arte de hicsos e núbios.

o Império Novo ficou marcado por obras como a máscara mortuária de Tutancâmon, faraó entre os anos de 1336 a.C. e 1327 a.C. É considerada umas obras mais expressivas de toda a arte egípcia. Nesse período, a arte egípcia também era bastante influenciada pelos hititas, sobretudo nas técnicas de metalurgia.

Leia também: A maldição de Tutancâmon — mito ou verdade?

Arquitetura do Egito

Quando falamos da arquitetura egípcia, é natural que muitos se lembrem primeiramente das pirâmides, uma vez que são grandes obras da engenhosidade desse povo. Claro que a arquitetura egípcia não se resume a elas, pois existiram outras grandes construções realizadas por eles, como outros tipos de tumbas e templos.

Durante o Período Pré-Dinástico, a arquitetura egípcia não tinha o refino e o conhecimento necessários para obras de grandes proporções. Nesse período, os egípcios utilizavam tijolos feitos de barro para construir suas casas e outros tipos de construções. Com o tempo, essas construções foram sendo aprimoradas em estrutura mas também em seu design. As tumbas desse período — as mastabas — também eram feitas de tijolos de barro.

Construções de destaque na arquitetura egípcia foram os obeliscos, monumentos que começaram a ser construídos entre 2890 a.C. e 2670 a.C. Esses monumentos tinham uma relação muito forte com a religiosidade egípcia e eram construídos dois exemplares iguais um ao outro como forma de manter a harmonia do Universo.

A construção dos obeliscos exigia grandes habilidades arquitetônicas dos egípcios porque era necessário transportar, talhar e erguer blocos de pedra gigantescos. Essas habilidades foram utilizadas na construção das pirâmides, os mais conhecidos objetos arquitetônicos dos egípcios. As pirâmides começaram a ser construídas por volta do século XXVII a.C.

A primeira pirâmide construída no Egito foi a Pirâmide de Djoser, localizada em Saqqara e planejada pelo arquiteto Imhotep para sepultar o faraó Djoser. Sua construção aconteceu entre os anos de 2667 a.C. e 2648 a.C., e ela foi feita de pedras de calcário. Originalmente possuía 62 metros de altura.

As pirâmides mais conhecidas do Egito são, sem dúvida, as Pirâmides de Gizé, feitas para sepultar os faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos. A pirâmide de Quéops é a famosa Grande Pirâmide de Gizé, a maior construída pelos egípcios, com 146 metros de altura. Foi considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Por Daniel Neves Silva