Por Me. Tales Pinto
São 425 figuras de animais, sendo principalmente 65 rinocerontes, 74 leões e 66 mamutes, gravados nas paredes e estalactites das paredes da Caverna de Chauvet. Descoberta ao acaso por espeleólogos amadores, em 1994, as pinturas presentes na caverna são consideradas as mais antigas produções artísticas que se têm conhecimento.
As pinturas da Caverna de Chauvet, localizada no sul da França, no Vallon-Pont-dArc, são datadas de algo entre 30 mil e 40 mil anos atrás. Essa datação das pinturas da Caverna de Chauvet torna-as as mais antigas já conhecidas pelo homem. Mas não é só isso que torna fascinante as pinturas da Caverna de Chauvet.
O mais interessante é o nível de elaboração das representações pictóricas. Técnicas de sombreamento das imagens, de raspagem das paredes antes de pintá-las e o esfumaçamento das cores evidenciam a complexidade técnica desenvolvida pelos seres humanos do Paleolítico para expressar artisticamente as experiências de sua vida.
A caverna é composta de várias salas onde estão pintados animais e seres humanos, principalmente partes do corpo humano, como as mãos ou o ventre de mulher. As pinturas em perspectiva e a impressão de movimento dada às pinturas de animais impressionam pela complexidade artística em um período tão longínquo da existência das pessoas.
Rinoceronte pintado em Chauvet. As pinturas rupestres do local impressionaram os pesquisadores em virtude, principalmente, de sua qualidade
A explicação para a preservação dos desenhos está no fato de a entrada principal da Caverna de Chauvet ter sido fechada por volta de 21 mil anos atrás por rochas que se precipitaram após abalos sísmicos na região. Tal situação impediu alterações climáticas no interior da caverna que contribuíssem para a deterioração das obras de arte presentes em seu interior.
Por esse motivo, logo que foi descoberta e comunicada às autoridades francesas, a Caverna de Chauvet transformou-se em Patrimônio Histórico e teve sua visitação proibida. Uma porta blindada fecha a única entrada do local, sendo instalados ainda um moderno sistema de vigilância e acompanhamento climático de seu interior.
Enquanto não se criam museus virtuais ou réplicas do local, a Caverna de Chauvet pode ser conhecida através do documentário de Werner Herzog, A Caverna dos Sonhos Esquecidos, sendo possível ao espectador percorrer todas as galerias da caverna e acompanhar, através da agradável narrativa do cineasta, as explicações e descrições dadas pelos historiadores e demais cientistas que trabalham no local.