Pergaminho

Pergaminho é uma superfície, produzida da pele de animais, que era utilizada para a escrita. Foi criado em Pérgamo, cidade na Ásia Menor, no século II a.C.
Pergaminho aberto em superfície rústica.
O pergaminho foi criado em Pérgamo, no século II a.C. Ele era mais resistente e duradouro do que outras mídias, como o papiro.
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O pergaminho é uma superfície que era utilizada para a escrita, sendo muito popular em parte da Idade Antiga e da Idade Média. Era produzido da pele de alguns animais (ovelhas e carneiros, por exemplo), e seu processo de produção era demorado e caro. Foi criado no século II a.C., em Pérgamo, cidade grega localizada na Ásia Menor. O pergaminho era considerado um suporte de escrita de melhor qualidade que o papiro, pois era mais resistente e duradouro.

Leia também: Escrita maia — um dos mais desenvolvidos sistemas de escrita da Mesoamérica

Resumo sobre pergaminho

  • O pergaminho era uma superfície de escrita muito popular na Idade Antiga e na Idade Média.

  • Era produzido de pele de animais e tinha um processo de produção muito longo.

  • Foi criado em Pérgamo, cidade grega na Ásia Menor, no século II a.C.

  • Substituiu o papiro por ser considerado mais resistente e mais duradouro.

  • Seu alto preço fazia com que os escribas o reutilizassem tantas vezes fosse possível.

  • Perdeu espaço com a popularização do papel e a invenção da imprensa de Gutenberg.

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Pergaminho: o que é?

O pergaminho é uma superfície que era utilizada para a escrita de textos, em parte da Idade Antiga e da Idade Média, chegando a ser uma das mídias mais populares. Era conhecido por ser mais resistente que outras superfícies para escrita (como o papiro), pois era feito de pele de animais.

No entanto, ele era consideravelmente caro devido ao seu longo processo de produção, e por isso sua utilização demorou alguns séculos para se popularizar. Acredita-se que o material tenha sido criado na cidade de Pérgamo, localizada na Ásia Menor (atual Turquia), no século II a.C.

Como era a escrita na Idade Antiga?

A fabricação de superfícies para registros gráficos foi uma necessidade que surgiu com o desenvolvimento da escrita. Sabemos que a primeira forma de escrita registrada pela humanidade foi a cuneiforme, desenvolvida pelos sumérios entre 3500 a.C. e 3000 a.C. Diferentes materiais, como argila, madeira, gesso e cera, foram utilizados para o registro de textos.

A primeira superfície para escrita que se popularizou foi o papiro, utilizado por diferentes civilizações. Ele era produzido por meio de uma planta (Cyperus papyrus) que era encontrada em abundância no delta do Nilo. Egípcios e gregos referiam-se a ela como papiro.

O material era produzido por meio das hastes da planta, que eram cortadas em tiras finas e colocadas sobrepostas umas às outras para formar uma superfície. O papiro depois passava por um processo de secagem, polimento e recebia um óleo como verniz. A hipótese mais aceita aponta que esse processo tenha sido desenvolvido pelos egípcios.

Tratou-se de uma das superfícies para escrita mais populares da Idade Antiga e era armazenado em rolos. No Egito, sua utilização se dava principalmente para registros de informações de cunho religioso ou governamental. O Egito produzia papiro em grande quantidade e o exportava para povos vizinhos, como os gregos. O material foi bastante utilizado até o século XI.

Saiba mais: Literatura egípcia — registrada em inscrições ou escrita em papiros

Como o pergaminho era produzido e como era utilizado?

O pergaminho foi a superfície para a escrita que sucedeu o papiro como a mais utilizada por civilizações europeias. Foi criado em Pérgamo, cidade grega localizada na Ásia Menor, no século II a.C., e uma hipótese aponta que isso se deu por um desentendimento entre Eumenes II e Ptolomeu.

Eumenes II era o rei de Pérgamo e desejava construir uma grande biblioteca em sua cidade. Isso teria incomodado Ptolomeu, rei do Egito, pois ele queria que somente Alexandria (cidade egípcia) possuísse uma grande biblioteca. Com isso, Ptolomeu decidiu interromper as vendas do papiro egípcio para Pérgamo. Isso motivou o rei de Pérgamo a incentivar a invenção de uma alternativa ao papiro.

Essa invenção teria sido o pergaminho, resultado de um longo processo que veremos adiante. O pergaminho era chamado pelos gregos de pergaméne e seu nome deriva da cidade no qual surgiu: Pérgamo. Sua produção era realizada com a pele de alguns animais, como cabras, ovelhas, vacas e cordeiros.

Era um processo que se estendia por semanas, e essa longa duração fazia com que o material fosse considerado uma mercadoria bastante cara. Primeiro, a pele dos animais passava por uma lavagem, cujo propósito era retirar as impurezas do couro. Posteriormente, o couro era colocado para escorrer e passava por uma longa secagem.

Por fim, as peles eram esticadas em um varão, facilitando sua dobradura, tornando o couro mais maleável; eram raspadas das tiras os últimos resquícios de pelos, e, por fim, elas eram polidas. Ao fim, obtinha-se folhas grossas e perfeitas para o registro de textos. A escrita se dava com tintas e o uso da pena de ganso.

A boa qualidade do pergaminho fazia com que ele tivesse uma durabilidade muito maior que a do papiro. Além disso, tinha uma grande vantagem: as informações contidas em um pergaminho poderiam ser apagadas utilizando objetos, como uma faca. Alguns pergaminhos poderiam ser reutilizados várias vezes, e quando era o caso, recebiam o nome de palimpsestos.

A reutilização dos pergaminhos acontecia por se tratar de um material muito caro, o que forçava os escribas a recorrerem a essa alternativa. Essa mídia foi muito popular durante uma parte da Idade Média, e, por meio dela, surgiu o códice, o livro moderno, que se organizava com folhas em sequência que eram amarradas por uma linha e protegidas por uma capa dura, como um caderno.

O pergaminho foi bastante popular até os séculos XIV e XV, mas o surgimento do papel na Europa e a invenção da imprensa de Gutenberg contribuíram para que o papel se transformasse na superfície de escrita mais utilizada.

Por Daniel Neves Silva