Napoleão Bonaparte ficou historicamente reconhecido pelo seu expressivo carisma e habilidade militar. Estabelecendo uma rápida carreira, ele foi capaz de ascender na hierarquia do exército francês e, logo depois, assumir o posto máximo do governo deste mesmo país. Contudo, além de sua habilidade política e militar, esse aclamado personagem também ficou conhecido pelo seu amplo número de relações amorosas.
Quando jovem, por não ter sido o detentor de uma imagem muito atraente, Napoleão acabou engalfinhando-se nos estudos, que lhe garantiram, com apenas dezesseis anos, a condição de tenente do exército francês. Dois anos mais tarde, ele não resistiu às tentações das várias prostitutas que ziguezagueavam nas proximidades do Palais Royal, no centro de Paris. Certa noite, o jovem militar acabou deitando-se com uma dessas mulheres após uma longa sabatina de perguntas sobre a vida da prostituta escolhida.
Com o estouro da revolução, Napoleão começou a ficar conhecido pela sua coragem e astúcia no campo de batalha. Entretanto, o mesmo papel de destaque não acontecia com as mulheres, que continuavam a vê-lo como um homem de baixa estatura e pouca expressividade. Mesmo fazendo aulas de dança e etiqueta, nenhuma dama casadoira prontificava-se a confiar naquela figura desalinhada e de pouco tato.
A primeira jovem que manifestou o desejo de subir ao altar com o promissor general de brigada foi Bernardine Eugénie Desirée, de apenas dezesseis anos. Contudo, seu pai não permitira o casório, pois não tinha muito gosto pela família Bonaparte. Anos antes, ele já havia permitido José Bonaparte, irmão mais velho de Napoleão, a casar-se com outra de suas filhas. De fato, a condição de homem casado só veio a ser galgada por Napoleão em 1796, quando a viúva Josefina de Beauharnais aceitou o seu pedido.
Perdidamente apaixonado pela esposa, Napoleão escrevia tórridas cartas de amor que confessavam a sua completa devoção à Josefina. Em contrapartida, a mulher traía-o com outros homens e não se importava em responder as cartas de amor do marido. Ao tomar consciência do amor não correspondido, Napoleão decidiu responder à altura mantendo um caso com a bela Pauline Fourès, que havia se disfarçado de homem para acompanhar o marido nas batalhas do Egito.
O seu envolvimento com Pauline não era segredo para nenhum de seus comandados, tanto que alguns a chamavam jocosamente de “a Cleópatra loura do general”. Nesse mesmo tempo em que esteve em terras egípcias, Napoleão manteve outra relação extraconjugal com Zenab, filha de um xeique egípcio que lutou contra as tropas francesas. Com o fim das campanhas no Egito, ele retornou para o seu lar e, mais uma vez, não encontrou a infiel esposa à sua espera.
Enfurecido pelo descaso de Josefina, Napoleão concluiu que o divórcio deveria acabar com o desencontro entre o falido casal. Desesperada pela decisão, a esposa atirou-se aos pés do marido, suplicando-lhe perdão. Ao vê-la em lágrimas, Napoleão não resistiu e a perdoou. Após esse incidente, o general ascendeu no cenário político francês com o apoio da população, que o enxergava como um inquestionável herói nacional. No ano de 1804, Napoleão tornou-se imperador da França e transformou Josefina em imperatriz.
Ciente de que seu casamento não era bem sucedido, Napoleão aproveitou do poder para que seus assessores aliciassem as belas damas da corte parisiense. Entre as amantes desconhecidas, ele teve um caso mais regular com a atriz Georgina, que se sentia lisonjeada pelo desejo que provocara em um dos mais poderosos homens daquela época. Mesmo afeiçoada àquela situação, os aliciadores do imperador sempre recomendavam que ela mostrasse surpresa durante os encontros, como era do gosto de Napoleão.
A certa altura, o apetite sexual de Napoleão acabou sendo usado como instrumento de barganha política. Em uma ocasião, o imperador francês mostrou-se perdidamente apaixonado pela condessa polonesa Maria Waleska. Ao saberem da situação, os compatriotas encorajaram Waleska a investir na relação. O objetivo por trás da manobra seria convencer Napoleão a estabelecer a independência da Polônia, que havia sido tomada pelas tropas da Rússia, Prússia e Áustria.
O envolvimento com Maria Waleska deu origem, em 1810, ao primeiro filho de Napoleão Bonaparte, Alexander Walewski, que não pode ser reconhecido. Apesar do empecilho, o imperador francês percebeu que deveria deixar um herdeiro ao trono e que sua esposa não tinha condições físicas para engravidar. Com isso, decidiu divorciar-se de Josefina, que, por sua vez, ficou completamente desolada.
Na verdade, quatro anos antes, Napoleão havia tido outro filho bastardo com Eléonore Denuelle, dama de companhia de uma das irmãs do imperador. Sem poder revelar quem era o pai da criança, a serviçal decidiu homenageá-lo com o nome de León, uma abreviação de “Napoleón”. Nessa época, as aventuras amorosas do general corso começavam a espalhar seus descendentes pela Europa.
Buscando resolver a questão do herdeiro e, ao mesmo tempo, arrefecer o furor das tropas inimigas, Napoleão negociou seu casamento com a duquesa Maria Luísa. Sendo filha do imperador da Áustria, esse casamento poderia servir como ponto fundamental para que as outras nações europeias reconhecessem o seu governo. Tempos depois, ao longo de uma relação que parecia feliz, Bonaparte conseguiu seu único filho legítimo, François Charles Joseph Bonaparte ou Napoleão II.
No ano de 1814, as terríveis derrotas impostas pelo exército russo acabaram separando o casal imperial definitivamente. Nem mesmo quando reassumiu a França no Governo de Cem Dias, a jovem imperatriz teve a oportunidade de encontrar o amado marido. Com o tempo, a distância acabou forçando-a a sustentar um relacionamento extraconjugal com o ajudante de ordens Adam Albert Graf von Neipperg.
No período que esteve exilado em Santa Helena, Napoleão teve um caso com Albine Héléne, mulher de um dos serviçais que o acompanhou no exílio. Em 1819, a jovem Albine abandonou a ilha com uma criança chamada Josephine, a qual o derrotado imperador reconheceu como sua filha. Curiosamente, antes de falecer, Napoleão pediu que seu coração fosse enviado à Maria Luísa. Entretanto, as autoridades britânicas não permitiram que esse último e macabro gesto romântico fosse realizado.
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