Bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki

As bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos, no final da Segunda Guerra Mundial, visavam derrubar a resistência do Japão e levá-lo à rendição.
Nuvem formada pela explosão da bomba atômica em Hiroshima.
Nuvem formada pela explosão da bomba atômica em Hiroshima.
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As bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki marcam um ponto crucial na história contemporânea. O ataque foi feito sobre as duas cidades japonesas em agosto de 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos, buscando encerrar rapidamente o conflito no Pacífico e evitar uma invasão terrestre custosa em vidas, optaram por essa ação extrema.

Essas bombas foram desenvolvidas como parte do Projeto Manhattan, um programa de pesquisa nuclear. O lançamento ocorreu por meio de bombardeios aéreos, resultando na destruição instantânea das cidades e em consequências catastróficas, incluindo mortes imediatas, lesões graves e danos ambientais duradouros.

Leia também: História da bomba atômica — descobertas, projetos secretos, os primeiros testes e os debates atuais sobre essa arma letal

Resumo sobre bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki

  • As bombas atômicas foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, no contexto do final da Segunda Guerra Mundial.
  • A principal causa para o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki foi a intenção dos Estados Unidos de encerrar rapidamente a guerra no Pacífico diante da resistência japonesa e para evitar uma invasão terrestre custosa em vidas.
  • As bombas foram desenvolvidas no âmbito do Projeto Manhattan, um programa de pesquisa liderado pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, visando criar armas nucleares.
  • O lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki ocorreu através de bombardeios aéreos executados por aviões especiais, resultando na destruição instantânea das cidades e em uma devastação sem precedentes.
  • As bombas causaram mortes imediatas, lesões graves e desencadearam efeitos a longo prazo, como câncer e doenças genéticas, além de danos ambientais duradouros.
  • Os hibakushas são as pessoas que sobreviveram aos ataques nucleares em Hiroshima e Nagasaki, enfrentando não apenas os impactos físicos das explosões, mas também estigmatização social e discriminação devido aos efeitos da radiação.

Videoaula sobre bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki

Contexto histórico das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki

Para compreender plenamente o impacto das bombas atômicas lançadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, é crucial examinar o contexto histórico que levou a esse acontecimento. O final da Segunda Guerra Mundial foi marcado por uma série de eventos que culminaram na decisão dos Estados Unidos de empregar armas nucleares contra o Japão.

Durante os primeiros anos da década de 1940, a Segunda Guerra Mundial estava em pleno andamento. O Japão, uma das principais potências do Eixo, estava envolvido em um conflito prolongado com os Aliados, liderados pelos Estados Unidos. O teatro do Pacífico testemunhou uma série de batalhas sangrentas, à medida que as forças americanas avançavam em direção ao arquipélago japonês.

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Por que as bombas atômicas foram lançadas em Hiroshima e Nagasaki?

As causas que levaram ao uso das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki são multifacetadas e refletem os complexos desdobramentos políticos e militares da época. Várias razões foram citadas para justificar a decisão de lançar essas armas devastadoras.

Uma das principais razões era a crença de que o uso das bombas atômicas aceleraria a rendição do Japão e, portanto, poria fim à Segunda Guerra Mundial no Teatro do Pacífico.

Os líderes militares e políticos dos Estados Unidos estavam cientes dos custos humanos e materiais de uma invasão terrestre do Japão, estimando que tal campanha resultaria em um número extremamente elevado de baixas.

Veja também: Ataque a Pearl Harbor — início do conflito entre EUA e Japão na Segunda Guerra Mundial

Origem das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki

As bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki – apelidadas de "Little Boy" e "Fat Man", respectivamente – foram desenvolvidas como parte do Projeto Manhattan, um esforço de pesquisa e desenvolvimento liderado pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

Oppenheimer e Groves em texto sobre bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Oppenheimer, à esquerda, um dos responsáveis pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.

O objetivo do projeto era criar a primeira arma nuclear do mundo antes que os alemães nazistas o fizessem. O trabalho pioneiro de cientistas como J. Robert Oppenheimer e Enrico Fermi resultou na produção bem-sucedida de armas nucleares.

Quais foram as bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki?

"Little Boy", uma bomba de urânio-235, foi detonada sobre Hiroshima em 6 de agosto de 1945. Três dias depois, em 9 de agosto, "Fat Man", uma bomba de plutônio-239, foi lançada sobre Nagasaki.

Oppenheimer, à esquerda, um dos responsáveis pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.
Maquete da Little Boy, bomba atômica de urânio lançada sobre Hiroshima.

Como foi o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki?

O lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki foi um evento de proporções históricas, que teve repercussões duradouras em todo o mundo. Os ataques ocorreram em meio a um cenário de intensa pressão militar e diplomática, à medida que os Estados Unidos buscavam forçar a rendição do Japão e encerrar a Segunda Guerra Mundial no Teatro do Pacífico.

O lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki ocorreu através de bombardeios aéreos executados por aviões especiais. No dia 6 de agosto de 1945, às 8h15, "Little Boy" foi lançada sobre Hiroshima. A explosão resultante devastou a cidade, causando mortes instantâneas e deixando um rastro de destruição sem precedentes. No dia 9 de agosto, três dias depois, a "Fat Man" foi detonada sobre Nagasaki, infligindo danos catastróficos à cidade e à sua população.

Consequências das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki

As consequências das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki foram profundas e duradouras, afetando não apenas as vidas das vítimas imediatas, mas também as gerações futuras e o curso da história mundial. Os ataques resultaram em uma devastação sem precedentes, tanto em termos de perdas humanas quanto de destruição física.

Maquete da Little Boy, bomba atômica de urânio lançada sobre Hiroshima.
Hiroshima após a explosão da bomba atômica.

Estima-se que entre 90.000 e 166.000 pessoas tenham morrido em Hiroshima como resultado direto da explosão da bomba, enquanto em Nagasaki o número de mortos varia entre 60.000 e 80.000. Muitos outros sofreram ferimentos graves, incluindo queimaduras, lesões por radiação e traumas físicos e psicológicos.

Quem são os hibakushas?

Uma das consequências mais impactantes dos ataques nucleares em Hiroshima e Nagasaki foi o surgimento dos "hibakushas" – os sobreviventes da explosão das bombas atômicas. Esses indivíduos foram expostos à radiação e enfrentaram uma série de desafios físicos, emocionais e sociais como resultado de sua condição.

Os hibakushas enfrentaram discriminação e estigma em suas comunidades, muitas vezes sendo marginalizados devido ao medo e à ignorância em relação à radiação. Muitos sofreram com problemas de saúde crônicos, incluindo câncer e doenças relacionadas à exposição à radiação, enquanto outros lutaram com traumas emocionais e psicológicos decorrentes da experiência traumática da explosão.

Saiba mais: Campos de concentração nos EUA e a perseguição à comunidade japonesa

Exercícios resolvidos sobre bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki

1. Durante a Segunda Guerra Mundial, um evento de extrema gravidade marcou o desfecho do conflito no Pacífico, trazendo consequências humanitárias e éticas até os dias de hoje. As cidades de Hiroshima e Nagasaki foram alvos de uma ação militar que mudou para sempre o curso da história. Sobre esse evento histórico, é correto afirmar que:

A) As bombas atômicas foram lançadas pelos japoneses como medida desesperada de defesa.
B) O Projeto Manhattan visava a produção de energia nuclear para fins pacíficos.
C) O lançamento das bombas foi uma tentativa de evitar uma invasão terrestre dos Aliados no Japão.
D) Os hibakushas são os cientistas responsáveis pelo desenvolvimento das bombas atômicas.
E) As consequências das explosões nucleares foram mínimas e de curto prazo.

Resposta correta: C) A alternativa correta destaca o motivo principal por trás do lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, evidenciando a estratégia dos Estados Unidos para encerrar rapidamente a Segunda Guerra Mundial no Pacífico e evitar uma invasão terrestre custosa em vidas.

2. Os efeitos devastadores das bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945 não se limitaram apenas à destruição física imediata, mas geraram impactos humanitários e ambientais de longo prazo. Um dos grupos mais afetados por esse evento são os hibakushas, cujas vidas foram marcadas pela tragédia da radiação nuclear. Sobre os hibakushas, é correto afirmar que:

A) Foram voluntários que se expuseram à radiação para ajudar nas pesquisas científicas.
B) São sobreviventes dos ataques nucleares que enfrentaram a discriminação social.
C) Receberam indenizações financeiras do governo japonês imediatamente após os ataques.
D) São considerados heróis nacionais no Japão devido à sua resistência à radiação.
E) Vivem em regiões afastadas do Japão para evitar a contaminação radioativa.

Resposta correta: B) A alternativa correta destaca a condição dos hibakushas como vítimas dos ataques nucleares em Hiroshima e Nagasaki, que enfrentaram não apenas os efeitos físicos da radiação, mas também a estigmatização social e a discriminação.

Fontes

BARROS, Marcelo. A Física e o Projeto Atômico Alemães na Segunda Guerra Mundial. 2010. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

NAKAGAWA, Cristiane Izumi. Hiroshima: a catástrofe atômica e suas testemunhas. Universidade de São Paulo - Instituto de Psicologia. Estudos Avançados, [S. l.], v. 29, n. 84, p. 241–259, 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/104963

Por Tiago Soares Campos

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