Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca de Alexandria abrigou o conhecimento da Antiguidade. Nela não havia só livros, mas também centros de pesquisa. A causa da sua destruição não é um consenso.
Grande Biblioteca de Alexandria, obra do século XIX, do artista O. Von Corven.
Grande Biblioteca de Alexandria, obra do século XIX, do artista O. Von Corven.
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A Biblioteca de Alexandria foi uma obra de grande magnitude, inaugurada no século III a.C., que não abrigava somente livros, mas também documentos, manuscritos, papiros, laboratórios etc. Foi inaugurada no século III a.C. por Ptolomeu I, sucessor de Alexandre, o Grande. Seu legado é imenso, pois, durante sete séculos, fomentou e abrigou grande parte do conhecimento da Antiguidade.

A causa da sua destruição não é consenso. Algumas teorias falam sobre incêndios ocasionados por motivações religiosas, sejam elas muçulmanas ou cristãs, e outras sobre ter sido consequência de manifestações contrárias à presença de Júlio César — em perseguição a Pompeu — no Egito. Em 2002, foi inaugurada a Nova Biblioteca de Alexandria, um prédio suntuoso que teve patrocínio da Unesco e é administrado pelo Ministério da Educação do Egito.

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Resumo sobre a Biblioteca de Alexandria

  • A fundação da Biblioteca de Alexandria se deu no século III a.C., na gestão do sucessor de Alexandre, o Grande, Ptolomeu I.

  • O funcionamento da Biblioteca de Alexandria era mantido por cerca de 100 funcionários. Ela não só abrigava livros e documentos, mas também laboratórios, zoológico, jardim botânico e centros de pesquisa.

  • A causa da destruição da Biblioteca de Alexandria não é um consenso entre historiadores.

  • A importância e o legado da Biblioteca de Alexandria são percebidos pelo fato de que muitos a consideraram como a primeira universidade do mundo, já que o modelo é seguido até os dias atuais. Ela também teve enorme importância ao fomentar e abrigar conhecimentos do Mundo Antigo.

  • A nova Biblioteca de Alexandria foi inaugurada em 2002, teve verba da Unesco, demorou sete anos para ser construída e seu projeto é fruto de um concurso realizado para escolher o melhor design.

Origem e fundação da Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca de Alexandria foi fundada no século III a.C. pelo sucessor de Alexandre, o Grande, o rei grego Ptolomeu I. A cidade de Alexandria foi fundada durante o Império Macedônico, em 331 a.C., pelo próprio Alexandre, com nome que homenageava a si mesmo. A biblioteca foi uma das maiores do mundo, e seu objetivo era preservar a cultura.

Funcionamento da Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca de Alexandria não era apenas um local para guardar livros, como define o conceito atual desse tipo de instituição. Ela abrigava também zoológico, jardim botânico, observatórios astronômicos, laboratórios e documentos manuscritos de vários locais e idiomas. Foi sendo formada por meio de doações, sobretudo de reis egípcios. Em seu funcionamento habitual, acabou por funcionar como uma universidade, devido à quantidade de pessoas que circulavam e desenvolviam pesquisas lá dentro.

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Declínio e destruição da Biblioteca de Alexandria

A explicação aceita por muito tempo sobre a destruição da Biblioteca de Alexandria era a de que fora destruída por ordem de Amer ibne Alas, do Egito, em nome do califa ortodoxo Omar, quando os árabes conquistaram o Egito. Segundo a ordem, deveriam ser destruídas todas as fontes e livros que contradissessem o Alcorão.

Outra explicação que também que ganhou adeptos ao longo do tempo é a de que, com a hegemonia da Igreja Católica, cristãos a invadiram e queimaram livros e tudo aquilo que não estava de acordo com seus dogmas.

Porém, esse evento divide opiniões de historiadores, já que alguns creditam a Júlio César sua destruição, a qual ocorreu em um período em que ele foi ao Egito, conheceu Cleópatra e já estava em crise com Pompeu, perseguindo-o por lá após a morte de Crasso e o fim do Triunvirato. Ele foi supostamente cercado por populares que incendiaram suas coisas (inclusive navios), e o fogo se alastrou até a biblioteca.

Estátua de Júlio César em Roma, Itália.
Estátua de Júlio César em Roma, Itália. Ele é apontado por alguns historiadores como o possível responsável pelo incêndio na Biblioteca de Alexandria.

Ruínas da Biblioteca de Alexandria

As ruínas da Biblioteca de Alexandria não existem mais. Parte do seu acervo pode ser visto nas ruínas do Templo de Serápis, onde foram guardados.

Importância e legado da Biblioteca de Alexandria

Pela quantidade de prédios e pesquisas que eram desenvolvidas dentro da Biblioteca de Alexandria, ela foi considerada por muitos como a primeira universidade do mundo. Além disso, ela abrigou, durante sete séculos, o maior acervo científico e cultural da Antiguidade. A primeira escola de Medicina do mundo funcionou em suas dependências, e o modelo de universidades que temos hoje foi inspirado naquilo que a Biblioteca de Alexandria foi.

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Nova Biblioteca de Alexandria

Em 2002, foi inaugurada a Nova Biblioteca de Alexandria, no Egito. A obra demorou sete anos para ficar pronta e foi projetada por arquitetos noruegueses que venceram um concurso realizado no mundo todo para seleção do design. O prédio, em arquitetura contemporânea, possui 80 mil m², 11 andares e pode abrigar de 4 a 8 milhões de livros. É administrada pelo Ministério da Educação do Egito e fica no centro histórico da cidade de Alexandria, ao lado de onde era o antigo porto. Contém obras raríssimas e em diversos idiomas.

Fachada da atual Biblioteca de Alexandria, no Egito. [1]
Fachada da atual Biblioteca de Alexandria, no Egito. [1]

Curiosidades sobre a Biblioteca de Alexandria

  • Além dos livros e centros de pesquisas, já mencionados, a Biblioteca de Alexandria comportava locais de descanso.

  • É provável que trabalhassem nela mais de 100 funcionários.

  • Somente em papiro, estima-se que ela possuía cerca de meio milhão de unidades.

  • Esses papiros e manuscritos cumpriam um dos objetivos da biblioteca: obter um exemplar de cada um dos povos do mundo.

  • Sua reconstrução recente foi paga, majoritariamente, pela Unesco e custou cerca de 212 milhões de dólares.

Créditos da imagem

[1] suronin / Shutterstock

Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa